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IBGE: Brasil precisa de 6,3 litros de água para gerar R$ 1 da economia

Estudo do IBGE mostra a utilização e o retorno econômico do recurso natural no país em 2017; o setor agrícola é responsável pelas maiores vazões

Brasil|Marco Antonio Araujo, do R7

O relatório do IBGE faz parte de estratégia para colocar a água no cálculo do PIB
O relatório do IBGE faz parte de estratégia para colocar a água no cálculo do PIB O relatório do IBGE faz parte de estratégia para colocar a água no cálculo do PIB

O IBGE divulgou nesta quinta-feira (7) o resultado do estudo Contas Econômicas Ambientais da Água do Brasil (CEAA) 2013-2017. A ampla pesquisa quantifica o estoque, o uso, o desperdício, o custo que isso implica e o retorno econômico decorrente desse recurso valioso, finito e vital para a humanidade.

O relatório faz parte de uma estratégia internacional de, no futuro, colocar a água no cálculo dos PIBs nacionais e global, já que os estoques hídricos geram riquezas e é um bem universal. Nesse sentido, o Brasil está avançado graças ao trabalho da Agencia Nacional de Águas (ANA), que apresenta nesta quinta-feira o segundo CEAA – o anterior cobriu o período 2013-2015.

Em resumo, em 2017, para cada R$ 1 de Valor Adicionado Bruto (VAB) gerado, foram consumidos aproximadamente 6,3 litros de água. No entanto, o resultado desse indicador para agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura foi de 1.061 litros/R$ 1 – o equivalente a 97,4%. Se descontar o volume de água do solo utilizado por essa atividade, foram necessários 96 litros/R$ em 2017.

Uso de água das famílias per capita em 2017 foi de 116 litros/dia. O Sudeste registrou o maior uso per capita, com 143 litros, enquanto o menor uso foi registrado no Nordeste, 83 litros, 

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Entre as grandes regiões, em 2017, considerando a água de solo, o Centro-Oeste apresentou a maior intensidade de consumo de água, com 1.511,9 litros para cada R$ 1 gerado na região. Sem incluir o volume de água do solo, o Nordeste tinha o maior resultado, com 151,4 litros para cada R$ 1 gerado.

No Brasil, em 2017, houve uma retirada total de água (tanto a retirada para atendimento próprio quanto a captação de água para fins de distribuição) de aproximadamente 3,7 milhões de hm³ (3,7 quatrilhões de litros).

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Em 2017, a atividade água e esgoto correspondeu a 0,6% do VAB corrente do total da economia. O valor da produção de água de distribuição e serviços de esgoto foi R$ 56,5 bilhões em 2017, sendo a água de distribuição responsável por 65,9% desse total.

A análise da série histórica da atividade Captação, tratamento e distribuição da água mostra uma queda acumulada no volume de água retirada para distribuição (-2,7%) entre 2013 e 2015, seguido de crescimento acumulado entre 2015 e 2017 (3,3%). De 2013 a 2017 o crescimento médio foi de 0,1%. O movimento de queda, seguido de recuperação, foi influenciado pela crise hídrica ocorrida em 2014 e 2015.

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Em âmbito nacional, a atividade econômica que mais contribui para o volume de retirada total é a eletricidade e gás, devido à grande quantidade de água turbinada pelas hidrelétricas e a participação majoritária destas na geração elétrica brasileira.

A participação da Hidroenergia foi de 83,0%, embora o volume de água captado por esta atividade seja quase todo utilizado e retornado na mesma quantidade e qualidade, o que é caracterizado como um uso não-consuntivo.

O CEAA 2013-2017 é uma cooperação entre o IBGE e a ANA, com o apoio técnico da Agência Internacional de Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável (Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit – GIZ GmbH), por intermédio do Ministério do Meio Ambiente (MMA), e da União Europeia, no âmbito do projeto Natural Capital Accounting and Valuation of Ecosystem Services (NCAVES).

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