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Levantamento: 32% dos presos em celas de delegacias estão no Ceará

Estado nega e diz que número é quase 10 vezes menor do que o divulgado

Brasil|Kaique Dalapola, do R7

Carceragem de delegacia no Paraná durante rebelião em 2006
Carceragem de delegacia no Paraná durante rebelião em 2006 Carceragem de delegacia no Paraná durante rebelião em 2006

O Estado do Ceará tem 11.865 pessoas presas em carceragens de delegacias, de acordo com dados do Infopen (Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias). O número representa 32% das 36.765 pessoas detidas nesse tipo de estabelecimento prisional em todo Brasil, segundo o levantamento referente ao sistema carcerário brasileiro em junho de 2016, divulgado na última sexta-feira (8) pelo órgão ligado ao Ministéria da Justiça.

A SSPDS-CE (Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Estado do Ceará), no entanto, diz que essas informações divulgadas estão erradas. Segundo a pasta, o número divulgado pelo órgão ligado ao Ministério da Justiça “jamais comportaria nas unidades da Polícia Civil do Estado”.

A secretaria disse que, no final do mês de junho de 2016, o Estado contava com 1.234 pessoas presas em delegacias, quase 10 vezes menor do que o divulgado pelo Infopen. A pasta explica que, à época, tinha 503 pessoas presas em carceragens de delegacia da Capital, 327 na Região Metropolitana de Fortaleza, 120 no interior do Estado e 284 em delegacias especializadas.

Segundo a SSPDS, o Ceará tem atualmente 163 delegacias que comportam em média 10 presos cada. "Para atingir o número divulgado pelo Infopen, seria necessária a existência de mais 1.020 delegacias para comportar o índice erroneamente divulgado”. A pasta afirma que, nesta sexta-feira (8), 582 pessoas estavam presas em carceragens de delegacias do Estado.

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O Paraná aparece em segundo lugar nesse quesito, com 9.826 pessoas presas em carceragens de delegacias, do total da população carcerária de 51.700 no Estado, segundo o Infopen. Na sequência vêm Minas Gerais (4.329) e São Paulo (3.008).

O Ceará também é o estado que concentra o maior número de presos sem condenação. Dois terços (66%) dos detentos no Estado ainda aguardam julgamento. Neste quesito, Sergipe e Amazonas vêm na sequência, com 65% e 64% dos presos sem condenação, respectivamente.

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Posicionamentos

A SESP-PR (Secretaria da Segurança Pública e Administração Penitenciária do Estado do Paraná) disse à reportagem que "houve avanço" com relação ao número de presos em carceragens de delegacias. Segundo a pasta "no início de 2011 a Polícia Civil gerenciava em torno de 14 mil presos e hoje o número é de aproximadamente 9 mil".

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A pasta ainda disse que “recentemente foi anunciada a compra de celas modulares que serão instaladas no complexo de Piraquara — abrindo assim mais de 200 vagas que permitirá a transferência de presos de delegacias”.

“Outra solução é o pacote de 14 obras — entre reformas e novas construções — para unidades prisionais, o que permitirá uma ampliação de 6.756 novas vagas no sistema penitenciário estadual”, disse a secretaria paranaense. As obras devem começar entre o fim deste ano e o início do ano que vem, tendo como promessa 2,4 mil vagas até o meio de 2018 e o restante até o fim do ano que vem.

Procurada pelo R7, a SAP-SP (Secretaria de Administração Penitenciária do Estado de São Paulo) disseque a responsável pelos presos em carceragens de delegacias no Estado é a SSP-SP (Secretaria do Estado de Segurança Pública). Contatada pela reportagem, a SSP-SP disse, em nota, que "os presos sob responsabilidade da Polícia Civil representam menos de 1% de todos os custodiados no Estado".

Segundo a pasta, as unidades prisionais da SSP-SP têm capacidade para 4.547 pessoas e, atualmente, é ocupada por 1.966 detidos, o que representa 43% da capacidade. A secretaria paulista completa dizendo que "as Cadeias Públicas do Estado recebem apenas dois tipos de presos: os provisórios, que são encaminhados para unidades prisionais da SAP, e os presos civis, que ficam detidos por até 90 dias por não pagar pensão alimentícia".

O R7 também contatou a secretaria responsável pelo sistema carcerário de Minas Gerais, citada na reportagem por ser a terceira com mais presos em carceragens de delegacias. A pasta, no entanto, não retornou até a publicação desta reportagem. Os posicionamento será publicado quando for enviado.

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