Marcelo Odebrecht foi preso em junho do ano passado
Brunno Covello/25.07.2015/Agência de Notícias Gazeta do Povo/Estadão ConteúdoA empreiteira Odebrecht e o Ministério Público Federal assinaram no dia 25 um pré-acordo de delação premiada de executivos da empresa e de leniência da companhia relacionados ao esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato.
A reportagem confirmou com fontes envolvidas no caso a informação revelada na edição desta terça-feira (31) pelo jornal Folha de S.Paulo.
Maior empreiteira do País, a Odebrecht teve o presidente do grupo empresarial, Marcelo Odebrecht, preso há quase um ano, em 19 de junho.
Ele foi um dos principais alvos da Operação Erga Omnes (expressão em latim que significa "vale para todos"), 14ª fase da Lava Jato. Na ocasião, também foi preso o então presidente da Andrade Gutierrez Otávio Azevedo, que já assinou acordo de delação premiada.
A negociação da Odebrecht com procuradores da República teve início há cerca de um mês e meio. Um dos itens discutidos entre as partes é que a empresa deixará de ser alvo de novos mandados de busca e apreensão ou de operações da PF.
Além da Erga Omnes, a Odebrecht teve escritórios vasculhados nas Operações Acarajé e Xepa, pela ordem em fevereiro e março deste ano. A última dessas fases levou à prisão o publicitário João Santana, responsável pelas duas campanhas eleitorais da presidente afastada Dilma Rousseff.
Durante a Operação Acarajé, a Lava Jato encontrou na residência do presidente da Odebrecht Infraestrutura, Benedicto Barbosa Silva Junior, no Rio de Janeiro, a maior relação de políticos e partidos associada a pagamentos de uma empreiteira até agora. Com mais de 300 nomes, a lista não permite depreender se consistem em doações legais de campanha eleitoral ou caixa 2.