Pazuello chegou ao Senado por volta de 8h50
Adriano Machado/ REUTERS 19.05.2021O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello afirmou à CPI da Covid, do Senado, nesta quarta-feira (19) que se antecipou aos fatos relacionados ao colapso no Amazonas durante a pandemia de covid-19 e, já no final de dezembro, foi ao local para propor medidas de apoio.
Pazuello responde na Justiça a ações que investigam sua atuação no colapso da Saúde do Amazonas, que teve seu auge em janeiro de 2021.
"Mesmo antes de conhecermos a profundidade plena dos fatos decidi deslocar imediatamente o gabinete do ministro juntamente com todos os secretários nacionais de Saúde para Manaus para prestarmos todo o apoio possível ao governo do Estado e ao município", disse o ex-ministro.
De acordo com ele, graças ao governo federal foram enviados 1,6 bilhão de metros cúbicos de oxigênio e equipamentos ao Amazonas, o que permitiu estabilizar a falta do item em seis dias.
Em sua fala inicial, antes das perguntas, Pazuello declarou que foi chamado por Jair Bolsonaro, em abril de 2020, para assumir o cargo de secretário-executivo do Ministério da Saúde por 90 dias e depois voltaria a suas funções no Exército (ele é general).
Ele detalhou por 40 minutos as ações do governo federal no combate à pandemia do novo coronavírus. Citou inicialmente o auxílio emergencial, dado pela União, mas não por seu ministério, a pessoas que ficaram sem emprego e renda durante a crise sanitária.
Entre as ações da pasta da Saúde, deu bastante destaque ao foco nas mídias regionais para divulgar informações sobre a covid-19. O general do Exército também elogiou o SUS (Sistema Único de Saúde) e o desenvolvimento da capacidade de testagem de brasileiros no país contra a covid.
Pazuello lembrou que o combate à pandemia era função do governo do presidente Jair Bolsonaro, de Estados e municípios, mas, em sua opinião, o STF (Supremo Tribunal Federal) restringiu o poder de ação federal.
O ex-ministro falou rapidamente sobre um tema central de sua gestão: a defesa da cloroquina: "Não há tratamentos cientificamente comprovados", admitiu, mas adicionou o comentário de que a prescrição de medicamentos fora da bula é uma prerrogativa dos médicos.
"Nunca se investiu tanto em saúde em nossa história", disse Pazuello ao mencionar os valores enviados da União a Estados e municípios. Seriam R$ 115 bilhões em 2020 e R$ 34 bilhões em 2021, acrescentando à soma recursos para a manutenção do SUS que já eram depositados antes da pandemia.
O ex-ministro seria ouvido no dia 5 de maio, mas o Comando do Exército informou à CPI que o ex-ministro estava em quarentena após ter tido contato com duas pessoas diagnosticadas com covid-19.
Apesar do habeas corpus concedido pelo STF (Supremo Tribunal Federal), Pazuello não poderá deixar de responder, de acordo com a corte, sobre fatos relacionados a terceiros, como o presidente Jair Bolsonaro.