Alexandre de Moraes é relator da investigação
Carlos Moura/Divulgação/STF - 4.4.2018Policiais federais cumpriram, na manhã desta quinta-feira (21), mandados de busca e apreensão em Alagoas e São Paulo, em uma investigação que apura ataques virtuais e ameaças contra ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).
As informações são do Broadcast, serviço de notícias do jornal O Estado de S. Paulo.
Ontem, o relator do inquérito que apura os ataques, ministro Alexandre de Moraes, designou dois delegados para ajudar no caso.
As investigações terão o auxílio da Polícia Civil de São Paulo, com um delegado da divisão de inteligência da corporação, e da Polícia Federal, que atuará um delegado especializado em repressão a crimes fazendários.
No despacho, o ministro especifica o escopo da investigação, e oficializa que o inquérito apura também o vazamento de informações e documentos sigilosos, com o intuito de "atribuir ou insinuar a prática de atos ilícitos" por membros da Suprema Corte, por parte daqueles que tem o dever legal de preservar o sigilo, explica Moraes.
O ministro não cita o Fisco na decisão, no entanto, recentemente, a Corte se voltou contra vazamentos de análises da Receita Federal que citavam ministros dos tribunais superiores, como Gilmar Mendes.
Moraes também aponta que o inquérito investiga a existência de esquemas de financiamento e divulgação em massa nas redes sociais que tenham o objetivo de lesar a independência do Poder Judiciário, como o ministro já havia dito ontem a jornalistas.
O despacho confirma que a Polícia de São Paulo irá auxiliar nas investigações, junto da Polícia Federal. Para tanto, Moraes designou o delegado federal Alberto Ferreira Neto, chefe da Delegacia Especializada em Repressão a Crimes Fazendários, e o Delegado Maurício Martins da Silva, da Divisão de Inteligência do DIPOL-SP para trabalhar no inquérito.
A reportagem entrou em contato com o STF para apurar mais detalhes, mas a assessoria de imprensa da Corte disse que as informações detalhadas só serão passadas posteriormente, caso o relator do caso decida divulgá-las.
Já a Polícia Federal informou que o inquérito está sob sigilo e, por isso, não se pronunciará sobre o caso.