O presidente do TCU (Tribunal de Contas da União) declarou nesta segunda-feira (17) ser contra de que as empresas envolvidas na Operação Lava Jato sejam declaradas inidôneas. Na última semana,Foram cumpridos mandados de busca e apreensão nas empresas Camargo Corrêa, Engevix, Galvão Engenharia, Iesa, Mendes Júnior, OAS, Odebrechet, Queiroz Galvão e UTC. Tais companhias possuem 59 bilhões de reais em contratos com a Petrobras.
De acordo com Nardes, caso as empresas sejam declaradas inidôneas, obras importantes de infraestrutura podem ser paralisadas. Quando uma companhia é declarada inidônea ela não pode firmar contratos do o governo.
— O impacto tem que ser avaliado. Na verdade tem muitas grandes empresas envolvidas. Claro, se transformar todas elas [empresas] em inidôneas, boa parte das obras que estão andando no País poderão não continuar.
O ministro se mostrou preocupado principalmente com a construção de refinarias e defendeu que o dinheiro desviado seja ressarcido aos cofres públicos sem que as obras sejam suspensas.
— São as empresas mais importantes do País. É importante que a gente encontre caminhos e fazer com que aconteça um ressarcimento para a União, mas que também não paralise as obras. Imagina paralisar as refinarias que estão sendo terminadas. Deixar isso parado é um prejuízo muito grande.
Nardes apontou a repactuação como uma opção a ser seguida e destacou que esse modelo já foi adotado em outras ocasiões.
— O ideal seria repactuar. Ou seja, aquilo que está acima do preço. Que seja feito uma repactuação dos preços que estão acima e aí possa ser concluídas as obras.
A PF (Polícia Federal) iniciou no dia 17 de março a operação Lava Jato contra um esquema criminoso que teria movimentado mais de R$ 10 bilhões em transações financeiras ilegais que envolveram principalmente atividades de lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
A investigação levou a prisão do doleiro Alberto Youssef, que se tornou o pivô das denúncias contra a Petrobras após aceitar colaborar com a Justiça por meio da delação premiada.
De acordo com a PF, os articuladores do esquema de lavagem e evasão de divisas tinham como supostos clientes pessoas físicas e jurídicas que teriam envolvimento com outras atividades ilícitas, como o narcotráfico, corrupção, sonegação fiscal, contrabando, entre outras.