Presidência culpou de Blasio ao cancelar viagem
Alan Santos/Presidência da República - 19.3.2019O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, saíram em defesa de Jair Bolsonaro após a viagem do presidente a Nova York ser cancelada, em meio a um boicote que teve participação do prefeito da cidade, o democrata Bill de Blasio.
Maia disse que o prefeito de Nova York "critica a intolerância de Jair Bolsonaro mas age da mesma forma".
"Discordo em muitas coisas do presidente Bolsonaro na agenda de valores mas não há saída para os nossos desafios sem diálogo e respeito."
Já o vice-presidente foi mais duro. Disse que o prefeito nova-iorquino "ofende todo o Brasil, que é representado, democraticamente, por seu presidente".
Bolsonaro iria a Nova York para receber a homenagem de Personalidade do Ano de 2019, da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos. Inicialmente, o evento aconteceria no Museu Americano de História Natural.
No entanto, a instituição cancelou a reserva após lobby de políticos locais. A premiação seria transferida, então, para o Marriott Marquis, mas a rede hoteleira também foi pressionada a não aceitar.
Em meio a esse impasse, Bill de Blasio chegou a dar uma declaração a uma rádio local em que afirmou que Bolsonaro era ser humano "perigoso", devido a "seu racismo e homofobia evidentes" e defendeu o cancelamento da cerimônia.
Quando recebeu a notícia de que o presidente não viajaria mais a Nova York, o democrata comemorou dizendo no Twitter que "valentões não aguentam um soco".
Por meio do porta-voz da Presidência, Bolsonaro justificou que há uma questão política em torno do assunto, já que Bill de Blasio é opositor do presidente Donald Trump, afeto do presidente brasileiro.
"Em face da resistência e dos ataques deliberados do prefeito de Nova York e da pressão de grupos de interesses sobre as instituições que organizam, patrocinam e acolhem em suas instalações no evento anualmente, ficou caracterizada a ideologização da atividade", disse Otávio do Rêgo Barros.