Presidente Bolsonaro publica em redes sociais resultado negativo para covid
Adriano Machado/ REUTERS 23.07.2020Após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ter publicado em suas redes sociais, neste sábado (25), que o resultado de um novo exame para covid-19 deu negativo, médicos infectologistas afirmam que os sintomas apresentados são mais importantes do que os testes.
Nas redes sociais, Bolsonaro afirmou ter realizado o RT-PCR para Sars-Cov 2. Diagnosticado no dia 7 de julho com a covid-19, Bolsonaro havia feito outro exame na última terça-feira (21). O resultado, divulgado na quarta-feira, havia sido positivo.
O segundo teste foi feito no dia 15 de julho e o terceiro, no último sábado (18). Ambos resultados foram positivos. "Mais importante do que o teste é o tempo desde o início dos sintomas e a evolução clínica da doença", Francisco Ivanildo de Oliveira Júnior, infectologista, supervisor médico do ambulatório do Hospital Emílio Ribas.
O infectologista explica que uma pessoa costuma trasmitir a doença entre o 10º e o 14º após o início dos sintomas. "Se depois de 14 dias ele não tem sintomas, não está mais transmitindo."
Oliveira Júnior explica ainda que o retorno às atividades, como o trabalho, não estpa relacionado à realização de testes. "O mais importante é o desaparecimento dos sintomas", afirma. "A presença do resultado positivo não é um indicativo da transmissibilidade."
Caso o presidente estivesse com sintomas, o teste, ainda que com resultado negativo, não seria significativo, segundo o infectologista. "Poderia ser um falso negativo."
Segundo informações, o presidente tem se mostrado disposto, feito passeios diariamente dentro do Palácio da Alvorada. Desde o início do isolamento, a agenda tem sido realizada por meio de videoconferência. "No caso do presidente, ele apresentou um quadro leve e não precisou ser internado. Assim, não utilizamos o teste como critério único."
O infectologista explicou ainda que Bolsonaro não precisaria realizar um segundo teste para ter um diagnóstico definitivo. "Isso criaria uma falsa sensação na população de que precisa se realizar testes constantemente."