O Ministério do Trabalho e Emprego é palco de uma suposta máfia que age na criação de sindicatos no País — um setor que movimenta em torno de R$ 2 bilhões por ano — e, supostamente, o ex-ministro e presidente do PDT, Carlos Lupi, e o atual ministro do Trabalho, Manoel Dias, fazem parte do esquema. As informações estão na edição da revista IstoÉ deste fim de semana.
A reportagem tem como personagem principal a empresária Ana Cristina Aquino, que garante ter levado pessoalmente R$ 200 mil em uma “mochilinha da Louis Vuitton” ao ex-ministro Carlos Lupi.
Ana Cristina é dona de duas transportadoras e admite que fez parte do esquema por três anos. Agora, a empresária denuncia o esquema, que começou durante a gestão Lupi, segundo a revista.
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Os R$ 200 mil a que ela se refere são, segundo a revista, a primeira parte de uma propina que chegaria aos R$ 3 milhões. Ana Cristina tentou, no segundo semestre de 2011, abrir o Sincepe (Sindicato dos Cegonheiros de Pernambuco) e, para isso, precisava de uma autorização do ministério.
Lupi teria dado prazo de 40 dias para o sindicato sair do papel e começar a operar – um prazo recorde. No entanto, a faxina de Dilma nos ministérios derrubou Lupi e o processo parou na gestão de Brizola Neto, que freou a “indústria dos sindicatos”.
Com isso, o processo do sindicato de Ana Cristina também parou. Com o congelamento do esquema, Brizola Neto perdeu apoio do próprio partido e foi substituído por Manoel Dias.
Sob a gestão de Dias, segundo a IstoÉ, o processo de criação do sindicato da empresária em Pernambuco voltou a tramitar. Mas a Ana Cristina resolveu falar o que sabe e fez as denúncias ao Ministério Público Federal, que deverá abrir um inquérito para apurar o suposto envolvimento do ministro no caso.
Histórico de Lupi
O ex-ministro Carlos Lupi deixou o Ministério do Trabalho em dezembro de 2011, sob suspeita. Supostamente, que assessores da pasta teriam cobrado propina de ONGs (organizações não governamentais).
Lupi também é suspeito de viajar a cidades do Maranhão em 2009 a bordo de um avião providenciado por um empresário que mantinha contratos com o governo.
Ainda, na época, reportagens revelaram que o ministro teria sido funcionário fantasma na Câmara dos Deputados e teria acumulado cargos no Congresso Nacional e na Câmara Municipal do Rio de Janeiro.