Temer pede levantamento detalhado sobre presídios no RN para ministros da Defesa e Justiça
Presidente acompanha os desdobramentos do motim que chega ao 6º dia em Natal
Brasil|Do R7, em Brasília, com Alessandro Saturno, repórter do Jornal da Record
O presidente Michel Temer pediu nesta quinta-feira (18) um levantamento detalhado sobre os presídios do Rio Grande do Norte, aos ministros da Defesa, Raul Jungmann, e da Justiça, Alexandre de Moraes. A penitenciária de Alcaçuz, na Grande Natal, está no seu 6º dia de motim e há confronto entre presos e a polícia.
Jungmann, que está em viagem às regiões de fronteira para encontrar soluções para o combate às rotas do narcotráfico, disputadas pelas facções rivais que dominam os presídios, recebeu um telefonema de Temer às 13h30 desta sexta e falou sobre a conversa com o repórter do Jornal da Record, Alessandro Saturno, que acompanha a viagem. Ele disse que o levantamento também foi pedido por Temer ao ministro da Justiça.
Fronteiras
Ao chegar a Tabatinga (AM), fronteira com a Colômbia, nesta quarta-feira (18), o ministro da Defesa, Raul Jungmann anunciou verba de R$ 470 milhões para o monitoramento de fronteiras em 2017, o dobro do ano passado. Ele explicou que o desafio é enorme já que a distância de fronteiras do País é a mesma de São Paulo a Tóquio em linha reta:
— São 17 mil km de fronteira, a terceira maior do mundo, sendo 9 mil km molhados. Sabemos que as fronteiras têm reflexo direto nas cidades. Países que fazem fronteira com o Brasil que são grandes produtores de drogas. E grande parte do consumo está no Brasil, principalmente no Sudeste. Por isso só conseguimos resolver cooperando. Estou convidando todos os ministros da Defesa a vir ao Brasil para desenvolvermos uma parceria de inteleigênica. Por isso temos que desenvolver o Sisfron (Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras).
O ministro ressaltou que é importante combater o tráfico internacional de drogas nas fronteiras neste momento em que as facções que agem dentro e fora dos presídios brasileiros estão em processo de internacionalização.
— As facções eram locais e se nacionalizaram e estão iniciando o processo de internacionalização. Por isso é preciso cortar as asas desses movimentos, fazer varreduras e usar inteligência, mas precisamos contar com parcerias com países vizinhos. Não se resolverá o problema das fronteiras no Brasil apenas para o Brasil para dentro.