O presidente Jair Bolsonaro em formatura de policiais em São Paulo
Reprodução InstagramO presidente Jair Bolsonaro participou, nesta sexta-feira (13), de uma formatura de cadetes da Academia de Polícia Militar do Barro Branco, em São Paulo, e defendeu o excludente de ilicitude, mecanismo que amplia casos de isenção de punição a militares.
"Peço a Deus que eu consiga um dia aprovar o excludente de ilicitude. Após a missão, [o policial] vai para casa, tomar uma tubaína, uma cerveja, e não receber visita do oficial de Justiça", disse Bolsonaro aos cadetes.
"A gente fica triste. É muito comum, muito comum, ver colega nosso numa situação complicada depois de cumprir uma missão. Se Deus quiser vai mudar isso aí", completou.
O excludente de ilicitude significa a possibilidade de redução ou mesmo isenção de pena para policiais que causarem morte durante a atividade ou para civis que cometerem excessos sob o pretexto de "escusável medo, surpresa ou violenta emoção" e estava incluído no projeto anticrime do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro.
A ampliação do mecanismo foi deixada de lado na Câmara dos Deputados. A matéria foi enviada pelo Executivo em março, mas não é prioridade da base de apoio do governo e não há sinais de que vai andar.
O evento da Polícia Militar não consta na agenda oficial de Bolsonaro. O evento é organizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas e pela Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de São Paulo.
Aliados de Bolsonaro compartilharam nas redes sociais imagens da formatura de policiais. Participaram do evento o ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas, pré-candidato ao Governo de São Paulo, e os deputados Capitão Derrite, Major Mecca e Gil Diniz — todos do PL, partido do chefe do Executivo e comandado por Valdemar Costa Neto.
Mais tarde, às 19h, o presidente participará da cerimônia de abertura da 56ª Convenção Nacional do Comércio Lojista, em Campos do Jordão, no interior do estado.
Bolsonaro está em São Paulo desde a última quinta-feira (12). Na ocasião, participou de uma motociata e visitou a 10ª Edição da Feira Nacional da Bananicultura, em Pariquera-Açu, cidade localizada no Vale do Ribeira. No evento, o chefe do Executivo reconheceu a alta da inflação no país, que superou 12% e é a maior dos últimos 19 anos, mas argumentou que o fenômeno é registrado mundialmente e que o Brasil "é um dos países que menos estão sofrendo com essa questão".
"[A alta da] inflação [está] generalizada no mundo todo, e o Brasil é um país que está tendo inflação, aumento de combustíveis. Sei disso e assumo a minha responsabilidade. Mas isso se faz presente no mundo todo. O Brasil, nesse quesito, é um dos países que menos estão sofrendo com a questão da inflação. Trabalhamos duro nessa questão", afirmou.