Brasília Filmes, shows e livro celebram Renato Russo 25 anos após morte

Filmes, shows e livro celebram Renato Russo 25 anos após morte

'Eduardo e Mônica', documentário, tributo de Seu Jorge, diário e Boneco de Olinda são alguns dos itens que devem ser lançados

  • Brasília | Lucas Nanini, do R7, em Brasília

O cantor Renato Russo, morto em 11 de outubro de 1996: obra ainda gera interesse do público

O cantor Renato Russo, morto em 11 de outubro de 1996: obra ainda gera interesse do público

Reprodução/Agência Brasil

Já se passaram 25 anos desde aquele 11 de outubro de 1996, quando o cantor, compositor e eterno líder da Legião Urbana, Renato Russo, partiu. Mesmo um quarto de século depois, a obra dele continua a atrair o público e novos trabalhos são feitos a partir de suas canções, seus relatos, seus registros e sua forma de ver o mundo.

Não fosse a pandemia por Covid-19, os fãs do artista teriam um verdadeiro leque de novidades para se deliciar. Filmes, livros, shows, exposições e um show com o cantor Seu Jorge prestando tributo ao artista foram idealizados para celebrar os 25 anos sem Renato, mas os planos tiveram de ser adiados.

Uma das opções que já poderiam ter chegado ao grande público é o filme “Eduardo e Mônica”, do diretor René Sampaio. Pronta desde 2019, a produção cinematográfica baseada na música homônima, presente no disco Dois, da Legião Urbana, só aguarda a volta da plateia às salas de cinema para ser lançado.

Itens do acervo de Renato Russo

Itens do acervo de Renato Russo

André Hirae

“Era para ser lançado no Dia dos Namorados em 2020, mas aí veio a pandemia. Estamos esperando o cinema voltar para lançar. É um filme que não dá para fazer em lugar com capacidade reduzida, como hoje temos de adotar”, afirma a produtora cultural Bianca De Felippes.

Bianca é uma das maiores entusiastas do trabalho de Renato e agente na divulgação de seu legado. Ela produziu também o filme “Faroeste Caboclo”, outra película com base em uma música da Legião, do disco “Que País É Este”, que contou a história de João do Santo Cristo nas telonas em 2013. A produtora ainda esteve à frente do espetáculo “Renato Russo – O Musical”, em cartaz há 15 anos.

A nova investida da produtora é um documentário reunindo entrevistas, gravações, diários e outros registros do próprio cantor contando sua história e mostrando um pouco de como era seu processo criativo, suas referências e a vida além da arte. As pesquisas começaram em março último, depois que a Gávea Filmes adquiriu os direitos para a produção, a partir do acervo mantido pelo filho de Renato, Giuliano Manfredini.

“O documentário é em uma linguagem específica, eu não queria fazer o tradicional. É o Renato falando dele mesmo, a partir dos cadernos, tudo o que ele deixou, 200 fitas [de áudio], entrevistas, mostrando as referências de música, filme, literatura.”

Era para ser lançado no Dia dos Namorados em 2020, mas aí veio a pandemia. Estamos esperando o cinema voltar para lançar. É um filme que não dá para fazer em lugar com capacidade reduzida, como hoje temos de adotar

Bianca De Felippes, produtora cultural, sobre o lançamento do filme 'Eduardo e Mõnica'

Bianca afirma que o material será “sem censura”, abordando até mesmo os aspectos polêmicos, como o uso de drogas, as confusões, a sexualidade, os problemas emocioanis e a vida com o vírus.

O material sobre o artista é vasto. Para organizar todo o conteúdo, a produtora tem a parceria da roteirista Daniela Pereira de Carvalho. O documentário terá direção da cineasta Susanna Lira.

Quadro com foto de Renato Russo na infância

Quadro com foto de Renato Russo na infância

André Hirae

Acervo do artista
A matéria-prima do documentário não se resume às entrevistas de Renato Russo. Entre as fontes estão as peças do acervo do cantor, especialmente os objetos que fazem parte do famoso apartamento de Ipanema.

Esse material deu origem a uma exposição no Museu da Imagem e do Som (MIS), de São Paulo, em 2017. Segundo a Legião Urbana Produções Artísticas (Lupa), mantida por Giuliano Manfredini, a retomada da mostra está em fase de negociação.

Outra novidade que pode chegar ao mercado é o lançamento de um livro baseado nos diários do cantor e compositor, que está a cargo da Cia das Letras. A Lupa informou que vida e obra de Renato também pautarão duas lives a serem realizadas nas redes sociais. A programação não foi divulgada.

Painel com itens do acervo de Renato Russo

Painel com itens do acervo de Renato Russo

André Hirae

Para 2022, Renato terá homenagem até mesmo no Carnaval. O fã-clube do cantor em Recife vai preparar uma versão do ídolo como Boneco de Olinda, com 4 metros de altura, para apresentar ao público durante as festividades de Momo no ano que vem.

Legião Urbana
Renato Russo se tornou uma referência musical no país depois que a Legião Urbana ficou conhecida do grande público, em meados da década de 1980. A porta de entrada dos fãs foram os discos gravados a partir de 1985, em que o artista divide o estúdio com o guitarrista Dado Villa-Lobos e o baterista Marcelo Bonfá. Nos três primeiros trabalhos, o trio tem a companhia do baixista Renato Rocha, que deixou a banda em 1988 e morreu em fevereiro de 2015.

Dado e Bonfá não lançaram nenhum trabalho fonográfico após a morte de Renato Russo, mas em 2015 conceberam uma turnê para celebrar os 30 anos desde o lançamento do primeiro disco, “Legião Urbana”, que trouxe sucessos como “Será”, “Ainda É Cedo”, “Geração Coca-Cola” e “Soldados”.

Os integrantes remanescentes se juntaram a outros músicos, entre eles o cantor André Frateschi, para apresentar o álbum na íntegra e em seguida tocar grandes sucessos de outros discos. O show teve grande aceitação do público e motivou um espetáculo semelhante nos anos seguintes, com a execução dos discos posteriores à estreia em estúdio, “Dois”, de 1986, e “Que País É Este”, de 1987.

O espetáculo foi atração nos palcos até a chegada da pandemia. Segundo Dado, a ideia era levar ao público a celebração da obra de Renato e da Legião. Um show com as músicas de “As Quatro Estações”, considerado o disco de maior sucesso da banda, com cerca de 2 milhões de cópias comercializadas em diversos formatos, pode fazer parte dos planos do duo.

“O show é muito vibrante, as pessoas cantam todas as músicas, é uma experiência incrível. E o Renato está sempre ali, em cada frase, cada acorde. Nossa ideia é celebrar as canções e a obra da Legião. Vamos ver se fazemos, quem sabe, o ‘Quatro Estações’ e depois paramos”, disse o guitarrista.

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