IBDR lamenta atos em Brasília e alerta para ataque a líderes religiosos nas redes sociais
Cena de destruição e prejuízos no último domingo (8) marcaram 'um dia triste para a história da política brasileira'
Brasília|Do R7

O Instituto Brasileiro de Direito e Religião (IBDR) divulgou nota oficial lamentando os atos de depredação e desrespeito ao patrimônio público no último domingo (8), quando extremistas invadiram os prédios dos Três Poderes, em Brasília. Segundo o IBDR, a população tem direito de se manifestar politicamente, mas o instituto repudia "atos ilegítimos e criminosos de violência e depredação".
O Instituto lembrou que a Constituição assegura as liberdades, entre elas de se expressar livremente e se reunir pacificamente para protestos políticos, de modo ordeiro.
"O mau uso dos direitos fundamentais por parte dos cidadãos que resolveram invadir os prédios públicos e depredá-los como forma de protesto tornou o movimento ilegítimo naquele local e momento em que agiram fora dos limites da lei e da ordem, devendo ser processados e punidos, na forma da legislação penal brasileira", diz a nota, ressaltando que os atos violentos marcaram "um triste dia da história política brasileira".
DEPOIS: Quadro 'As mulatas', pintado por Di Cavalcanti e exposto no Palácio do Planalto
DEPOIS: Quadro 'As mulatas', pintado por Di Cavalcanti e exposto no Palácio do Planalto
Segundo o IBDR, os ataques aumentaram a tensão entre partidários de diferentes opiniões políticas, "com potencial de gerar futuros conflitos em uma escalada de violência que não se coaduna com a sociedade que queremos construir", ressaltou a nota.
Em pouco mais de 24 horas após o ocorrido em Brasília, líderes religiosos mais identificados com a direita brasileira começaram a ser atacados nas redes sociais como se tivessem relação com os ataques pelo posicionamento político, mesmo tendo defendido sempre apenas "a manifestação pacífica e ordeira, condenando qualquer ato violento".
O IBDR completa: "Se não tivermos assegurados o pluralismo político, as liberdades e a dignidade da pessoa humana para todos, pouco importa a opção política, nosso regime de governo não será mais o democrático. O monismo no espaço público é típico de ditaduras".
Ataques em Brasília
No último domingo (8), extremistas subiram a rampa do Congresso Nacional e invadiram a parte superior, onde ficam as cúpulas do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, além do Salão Verde, dentro do edifício. Depois, o grupo invadiu o Palácio do Planalto, sede da Presidência da República, local onde o presidente da República despacha, em Brasília.
Manifestantes invadiram, ainda, o edifício do STF. No local, vidros foram quebrados e objetos, destruídos nas dependências da Corte. Imagens divulgadas nas redes sociais mostram inicialmente a porta arrancada do armário que o ministro Alexandre de Moraes utiliza para guardar a toga.
Na manhã de segunda-feira (9 de janeiro), policiais militares desmontaram o acampamento de manifestantes extremistas em frente ao QG do Exército, em Brasília. A ação aconteceu após o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes ter determin...
Na manhã de segunda-feira (9 de janeiro), policiais militares desmontaram o acampamento de manifestantes extremistas em frente ao QG do Exército, em Brasília. A ação aconteceu após o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes ter determinado a desocupação do local durante a madrugada
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, decretou intervenção federal na segurança do DF. Nesta terça-feira (10), o Congresso Nacional se reunirá para analisar o decreto.
No início da madrugada de segunda (9), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes afastou o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), do cargo por, pelo menos, 90 dias e deu o prazo de 24 horas para que os acampamentos dos manifestantes sejam desmontados — o que ocorreu ainda na segunda, em Brasília. Milhares de pessoas foram detidas e encaminhadas para as forças policiais do DF.













