A média móvel de mortos por Covid-19 no DF está em queda no Distrito Federal. De acordo com o Boletim Epidemiológico da Secretaria de Saúde desta terça-feira (14/9), o indicador de óbitos caiu de 12,4 óbitos por dia em 31 de agosto para 12,1 em 7 de setembro.
O pesquisador em Covid-19 do Centro Universitário Iesb e da universidade de Brasília (UnB) Breno Adaid explica que o DF vive um cenário atípico, pois a expectativa era de uma elevação mais rápida no número de casos, em estabilidade, por causa da variante Delta. A taxa de transmissão (RT) apresentou crescimento,
“A primeira coisa importante a avaliar é que nesse boletim, a média móvel de casos está andando de lado. Não está despencando. Temos duas coisas concorrendo, uma variante super contagiosa e uma vacinação acelerada. Um alivia o outro. Era esperado que os números subissem mais, mas não subiram. É potencialmente surpreendente”, afirma.
“Hoje, a média móvel de casos é de 701. Está estável. Nos últimos seis dias, ela andou de lado. Ela veio em uma crescente de oito dias e seis dias de estabilidade. O esperado era um ciclo de descendência. Mas, com o cenário de Delta, pode voltar a crescer. Os exemplos lá de fora são de disparo. A média móvel de óbito também está estável. Temos uma média móvel de 12. É relativamente lateralizada. Deu uma queda leve. A expectativa é que ela caia mais. Isso é um número animador”, pondera.
O especialista acrescenta, ainda, que com a vacinação, mesmo que o DF enfrente um aumento grande no número de casos, o crescimento no número de mortes tenderá a ser menos acentuado do que em um cenário sem vacinação. É preciso, no entanto, que o governo fique de olho em outras variantes. “Um cenário mais grave só acontecerá com outra variante. A expectativa é positiva em relação aos óbitos. O pior cenário com a Delta, de disparada de casos, é uma elevação leve no número de óbitos. Se tudo continuar como está, a tendência é cair o número de óbitos. A vacina reduz muito as chances de morte pela doença”, detalha.
Entre as variantes perigosas está a Mu, identificada, pela primeira vez, na Colômbia. “A Mu foi considerada variante de interesse. Está sob estudos. Ainda não tem dados para dizer que é mais agressiva que a delta. Nos locais onde foi detectada, apresentou agressividade grande. Mas não tem tempo o suficiente para ela chegar em uma população em que a Delta se alastrou, para ver se ela vai ‘dominar’ a Delta. É a chamada prevalência, em que você pega ela mesmo tendo pego as outras. Sabemos que a Delta é prevalente sobre a P1”, exemplifica.