Brasília Mulher espancada por PM relata dificuldades para se alimentar

Mulher espancada por PM relata dificuldades para se alimentar

A mulher continua abalada, segundo a advogada. O policial militar procurou a vítima para cobrar uma dívida

  • Brasília | Luiz Calcagno, do R7, em Brasília

Policial militar agride empresária ao cobrar dívida

Policial militar agride empresária ao cobrar dívida

Reprodução

A empresária que foi espancada por um policial militar no Riacho Fundo I (Distrito Federal), por causa de uma dívida em dinheiro, não está conseguindo se alimentar nem entrar no escritório onde o fato aconteceu, segundo a advogada da vítima, Anna Carolina Barros Regatieri. De acordo com a defensora, a vítima tem dificuldade para engolir devido a um golpe de enforcamento aplicado nela pelo agressor.

“Ela está muito abalada, com o corpo todo dolorido. Disse que não estava conseguindo engolir os alimentos. Mesmo não citando nomes, quem já foi no escritório dela sabe que é ela [quem sofreu as agressões]. Tem muita gente procurando [por ela]. A condição de vítima não é uma coisa boa. Principalmente para ela. Teve que contar à família, preparar a mãe, que é idosa. Ela é uma pessoa forte. Ela olha no rosto das pessoas, resolve os próprios problemas”, afirmou a advogada.

A defensora vai fazer uma representação no Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). A intenção é que o MP acompanhe o caso e fiscalize as investigações e as possíveis medidas e sanções tomadas contra o agressor. 

“A ideia de jogar na imprensa foi minha. Eu percebi que ia ‘dar em pizza’. Que ele ia acabar não sendo punido pelo que fez. Eu pedi autorização [à vítima], e ela disse que não queria aparecer. Ela está em uma situação bem difícil. Disse que não teve coragem de subir [ao escritório] novamente”, relatou.

A agressão aconteceu na quarta (13) e foi filmada pelo circuito de segurança do escritório da empresária. A vítima teria uma dívida com a mulher do agressor. Ele foi até o local para cobrar o pagamento e, segundo a advogada, pegou dinheiro, pedras preciosas e outros pertences da vítima.

O receio, segundo a advogada, é que, apesar da gravidade constatada nas filmagens, o caso não vá adiante. “O MP é fiscal da lei, e tem uma promotoria que é responsável pela fiscalização da atuação dos policiais. Então, pretendemos formalizar a notícia do que aconteceu, para que o MP cobre, como fiscal da lei, as medidas que a instituição vai tomar contra esse policial", disse a advogada. 

Dívida

A advogada destacou, ainda, que a dívida da vítima com a mulher do agressor estava em negociação. “Existia uma relação comercial entre as duas. Ela negociou com a mulher do policial. Já tinha pago uma parte da dívida e tinha expectativa de pagar outra parte em novembro e dezembro. Ela pediu uma reunião com minha cliente, e ela se dispôs a atendê-la no escritório”, relatou.

Quem compareceu ao encontro, no entanto, foi o policial militar, que, segundo a advogada, começou a ofender a empresária. A vítima teria respondido que não conversaria com ele dessa forma e pediu que saísse. O policial começou a recolher dinheiro e pertences da mulher, e ela o puxou pela blusa. Nesse momento, ele passou a agredi-la e apontou uma arma para o rosto da mulher.

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