Brasília PF faz operação contra grupo neonazista que tinha como integrante autor de atentado no ES

PF faz operação contra grupo neonazista que tinha como integrante autor de atentado no ES

Investigação aponta ligação de responsável por matar quatro pessoas em escolas em Aracruz com grupo de mensagens de ódio

  • Brasília | Bruna Lima, do R7, em Brasília

Grupo se articulava por meio de aplicativo

Grupo se articulava por meio de aplicativo

Reprodução/Record TV

A Polícia Federal cumpre nesta sexta-feira (2) mandados de busca e apreensão contra integrantes de grupo neonazista que tinha como um dos participantes o menor de idade responsável por invadir escolas no município de Aracruz, no Espírito Santo, e matar quatro pessoas. 

O grupo se articulava por meio de um aplicativo de mensagens on-line. A investigação iniciada pela Polícia Civil do Espírito Santo e compartilhada com a Polícia Federal mostra a participação do autor do atentado neste fórum. 

Os mandados desta sexta-feira miram dois integrantes que interagiam ativamente com postagens e que são investigados pela prática de corrupção de menor de 18 anos ao induzi-lo a cometer os atos "mediante o compartilhamento de material antissemita, racista e de extremismo violento". As ações ocorrem nas cidades de São Paulo (SP) e Petrolina (PE).

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A partir da apreensão dos equipamentos eletrônicos do autor do atentado, os investigadores tiveram acesso ao grupo cujos integrantes compartilhavam material de "extremismo violento ideologicamente motivado com divulgação de tutoriais de assassinato, vídeos de mortes violentas, de fabricação de artefatos explosivos, de promoção de ódio a minorias e ideais neonazistas, o que pode ter induzido o menor a cometer os assassinatos em massa", detalha a PF. 

Os agentes sustentam a influência do conteúdo neonazista como motivador dos ataques e destacam que o uso da cruz suástica, símbolo do nazismo, na roupa do menor infrator durante as invasões reforça que a ação foi cometida "por razões de intolerância a raça, cor e religião com o fim de provocar terror social, o que configura o crime de terrorismo". 

Como os crimes de terrorismo e homicídio qualificado são considerados hediondos, mais graves e não passíveis de soltura por fiança, em caso de condenação, os investigados podem pegar até 72 anos de prisão. 

Relembre o caso

Em 25 de novembro de 2022, um jovem de 16 anos invadiu duas escolas da cidade de Aracruz, no Espírito Santo, por volta das 10h. Três pessoas morreram na hora, uma no hospital e outras 13 ficaram feridas. 

Maria da Penha de Melo Banhos, 48 anos, e Cybelle Passos Bezerra Lara, 45, morreram na escola estadual Primo Bitti, assim que foram atingidas pelos tiros do jovem. As duas eram professoras da instituição.

A adolescente Selena Sagrillo Zuccolotto, de 12 anos, aluna do Centro Educacional Praia de Coqueiral, a segunda escola invadida, também foi baleada pelo atirador e morreu na hora.

Na tarde do dia seguinte ao ataque, foi confirmada a morte da quarta vítima, mais uma professora do Primo Bitti, Flávia Amboss Merçon Leonardo, de 36 anos, que estava internada em estado grave.

Com o menor infrator, foram encontrados um revólver calibre 38. e uma pistola .40. A pistola era da Polícia Militar e pertencia ao pai do adolescente, que faz parte da corporação. Os pais do jovem, segundo a polícia, colaboraram com a ação que terminou com a apreensão do filho. 

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