Polícia Federal resgata 532 pessoas em condição análoga à escravidão em agosto
Mais de 70 equipes de fiscalização participaram de 222 inspeções em 22 estados e no DF; MG registrou o maior número de resgates
Brasília|Giovanna Inoue, do R7, em Brasília

Em agosto deste ano, 532 pessoas deixaram de viver em condição de trabalho escravo contemporâneo em 22 estados e no Distrito Federal. As vítimas foram resgatadas por mais de 70 equipes de fiscalização durante a Operação Resgate III, da Polícia Federal (PF). Ao longo deste ano, houve 2.077 resgates.
Além da PF, cinco instituições participaram da operação:
• Ministério do Trabalho e Emprego (MTE);
• Ministério Público do Trabalho (MPT);
• Ministério Público Federal (MPF);
• Defensoria Pública da União (DPU); e
• Polícia Rodoviária Federal (PRF).
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Para o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, o trabalho análogo à escravidão é um problema que custa caro para a balança comercial do Brasil. "Uma atividade econômica que assume o risco dessa mancha pode comprometer a imagem do nosso país", afirma.
O ministro acredita que a pressão social contra as marcas e empresas envolvidas nesse tipo de infração é importante para desincentivar o trabalho análogo à escravidão.
O empresário de bem não vai admitir que tenha%2C na sua propriedade%2C essa aberração.
Ranking dos estados
Minas Gerais foi o estado com mais resgates (204), seguido de Goiás (126), São Paulo (54), Piauí e Maranhão (ambos com 42). Além deles, houve resgates em outros 10 estados: AC, BA, ES, MT, PE, PR, RJ, RO, RS e TO.
Alagoas, Amapá, Sergipe e Rio Grande do Norte foram os únicos estados onde não ocorreram fiscalizações.
O cultivo de café (98), alho (97) e batata e cebola (84) estão entre as atividades econômicas com maior número de vítimas na área rural. Já na área urbana, foram destaque os resgates ocorridos em restaurantes (17), oficinas de costura (13) e construção civil (10), além de trabalho doméstico.
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Idosos e crianças também são vítimas
O resgate de trabalhadores domésticos chegou a 10 pessoas, sendo sete mulheres e três homens. Entre elas, uma idosa de 90 anos que trabalhou por 16 anos sem carteira assinada na residência de uma empregadora de 101 anos no Rio de Janeiro. A vítima é a pessoa mais idosa já resgatada de trabalho escravo no Brasil.
As equipes flagraram 26 crianças e adolescentes submetidos a trabalho infantil, das quais seis também estavam sob condições semelhantes à escravidão. Ao menos 74 do total de resgatados também foram vítimas de tráfico de pessoas.
Os trabalhadores resgatados receberam, aproximadamente, R$ 3 milhões em verbas rescisórias, e foram pagos cerca de R$ 2 milhões em danos morais coletivos. O valor total será maior, podendo chegar a mais de R$ 6 milhões, pois muitos pagamentos ainda estão em processo de negociação com os empregadores ou serão judicializados.

