Você tem uma ideia no papel e quer transformá-la em um negócio lucrativo? Inscreva-se para a primeira edição do Programa Centelha, que acaba de chegar ao Distrito Federal.
Executada pelo Parque Tecnológico de Brasília – Biotic, a iniciativa tem por objetivo estimular a criação de empreendimentos inovadores e disseminar a cultura empreendedora no DF. O programa irá oferecer capacitações, recursos financeiros e suporte aos participantes.
A edição distrital selecionará 28 startups com previsão de investimentos de R$ 1,6 milhão. “Todas as grandes empresas surgem de ideias”, diz o presidente da Biotic S/A, Gustavo Dias Henrique.
O que é o Programa Centelha?
Para Gustavo Dias Henrique, é uma iniciativa que viabiliza muitas ideias inovadoras, quando não encontram apoio do setor privado e do governo para saírem do papel. “O programa Centelha é um instrumento de apoio aos empreendedores que se encontram ainda em fase inicial, na busca de aprimoramento, mentoria e suporte financeiro. Nosso desejo é que dessas ideias selecionadas pelo programa surjam os futuros unicórnios, empresas que irão revolucionar a maneira de pensar e de agir na sociedade, e disseminar cada vez mais a cultura empreendedora em Brasília”, finaliza o presidente da Biotic S/A.
“Chame a Lu”
De um problema cotidiano, o administrador Edson Neves teve um insight e, atualmente, batalha para tirar sua startup do papel. Há três anos, sua panela de pressão, que estava no fogo, estourou no momento em que aguardava visita em casa. “Ficou inviável receber quem quer que seja. Eu precisava de alguém para me ajudar a arrumar aquela sujeira imediatamente, mas que fosse um trabalho de apenas uma hora”, lembra.
Do sufoco nasceu o “Chame a Lu”, startup na área de inovação na prestação de serviços, que tem a proposta de oferecer diaristas para serviços expressos, com execução mais ágil e de qualidade. “Intuitivo, rápido e prático como os aplicativos de transporte, mas com a segurança que o Chame a Lu oferece”. O serviço é cobrado por hora e as diaristas são capacitadas no que o empreendedor chama de “Universidade da Lu”.
A ideia será submetida à avaliação do Programa Centelha. Se for selecionado, o projeto será contemplado com subvenção econômica de até R$ 60 mil, além de benefícios.
Uma realidade a ser mudada
“O Brasil é o 14º produtor de conhecimento científico no mundo”. A afirmação é do ministro substituto da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcelo Morales, e foi dita durante o lançamento do Programa Centelha, realizado no edifício de governança do Parque Tecnológico de Brasília – Biotic, no último dia 20. Para o ministro, “esse conhecimento tem que ser transformado em inovação para gerar riquezas para o Brasil e benefícios para a população”.
Marcelo Morales apresentou outros números. O Centelha está presente em 20 estados e, até setembro deste ano, recebeu a inscrição de 15.471 mil ideias inovadoras. Participaram do Programa 38.770 mil empreendedores e suas equipes. Além disso, foram criadas 482 startups em todo o Brasil. Destes, 406 projetos foram contratados.
Sobre o Programa
O Centelha é um programa nacional de incentivo ao empreendedorismo, executado de forma descentralizada. No Distrito Federal selecionará 28 startups. Por meio de benefícios, como subvenção econômica, capacitações e networking com parceiros, o programa busca incentivar a geração de ideias inovadoras em estágios iniciais, de ideação e prototipação.
O Programa Centelha é promovido pelo MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações) e pela Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), em parceria com o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), o Confap (Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa), a Fundação Certi.
Como funciona?
Durante a etapa de seleção, os empreendedores participantes passarão por três fases. A primeira etapa compreende a submissão de Ideias Inovadoras. Em seguida, passarão pela construção de um Projeto de Empreendimento. Por fim, deverão elaborar um Projeto de Fomento.
Ao longo das etapas, os empreendedores receberão capacitações para aprimorar os projetos inovadores, além de suporte e feedback dos avaliadores.
A previsão é de que sejam investidos recursos na ordem de mais de R$ 1,6 milhão, sendo R$ 1,1 milhão oriundo do FNDCT/Finep (Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e R$ 555 mil provenientes da Contrapartida da FAP-DF, executadas pela Biotic S/A.
Quem pode participar?
Pessoas físicas que atendam às exigências do Edital ou empresas com faturamento bruto de até R$ 4,8 milhões, criadas e formalizadas a partir do Programa, ou com até 12 meses da criação da empresa a partir do lançamento do Edital.
Inovações pelo Brasil
Em Minas Gerais, Rubens Neto desenvolveu uma plataforma para o diagnóstico de doenças, incluindo a covid-19. Já no Rio Grande do Sul, Victor Brian Magalhães criou um biofertilizante para agricultura orgânica e padrões de biomoléculas para estações de tratamento de água do país. Ainda por lá, Felipe Quirino inventou uma luva inteligente capaz de reconhecer gestos e, assim, auxiliar nos diagnósticos de problemas cognitivos e musculares.
Segundo Marco Antônio Costa Júnior, diretor-presidente da FAP-DF (Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal), apoiar iniciativas como essas, que surgirão com as inscrições, é promover o desenvolvimento inteligente e sustentável de Brasília para transformá-la em uma cidade inteligente. “Acreditamos que o empreendedorismo é pilar essencial para esse processo de transformação, com potencial para gerar soluções para a cidade, oportunidades e ativos econômicos. O GDF também acredita que a atuação integrada entre governo, setor produtivo, academia e sociedade é indispensável para que a capital federal se torne um polo produtor de inovação”, diz.