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Saúde mental: governo vai capacitar profissionais do Samu

Anúncio foi feito pelo Ministério da Saúde e faz parte da Política Nacional de Prevenção da Automutilação e do Suicídio

Brasília|Bruna Lima, do R7, em Brasília

Para aprimorar o atendimento a pacientes em sofrimento psíquico que buscam ajuda na rede pública, o Ministério da Saúde lançou, nesta quarta-feira (1/9), um projeto de capacitação a médicos e enfermeiros do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). O objetivo é preparar os profissionais para prestar uma assistência mais qualificada a pessoas socorridas com quadros de ansiedade, depressão, automutilação e tentativas de suicídio.

“O Brasil está entre os 14 países do mundo com taxas crescentes de suicídio. São cerca de 12 mil pessoas ao ano que parecem invisíveis, mas hoje já conseguimos encontrar nas famílias várias pessoas que tentaram ou têm ideação suicida. A gente precisa mudar essa realidade”, afirmou a secretária de Trabalho e Gestão em Saúde, Mayra Pinheiro, responsável pela consolidação do batizado Curso de Formação de Multiplicadores em Urgências e Emergências em Saúde Mental.

Serão capacitados 108 profissionais nas três primeiras turmas, mas o objetivo é implementar o curso a todos os profissionais que atuam na linha de frente do Samu. São previstas aulas práticas e teóricas, com a realização de simulações realísticas para replicar situações de emergência. Há, inclusive, atores que encenam um ambiente real para colocar os profissionais à prova.

"A questão da saúde mental é prioridade. Trabalhamos de maneira muito dedicada para cumprir o compromisso de construir providências eficazes e custo-efetivas", detalhou o ministro Marcelo Queiroga.

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O lançamento ocorreu no primeiro dia do Setembro Amarelo, mês dedicado à prevenção ao suicídio. A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, que participou da cerimônia, frisou que o tema precisa ser tratado de forma constante, transversal e com seriedade. “Aos 10 anos de idade, eu tentei suicídio. Riram muito de mim. Estava sim em um pé de goiaba e iria me suicidar”, relatou a ministra, reivindicando que o tema não seja tratado com deboche.

“Não zombem de quem tentou ou fala em suicídio. Nossas crianças estão se matando, se cortando, se ferindo, e, neste momento, de uma forma muito maior”, disse, completando que o problema atinge diferentes camadas sociais. “A automutilação não tem cor, não tem raça, não tem classe social e não tem religião. A gente precisa dar atenção”, frisou Damares.

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A capacitação dos profissionais do Samu faz parte de uma das ações que integra a Política Nacional de Prevenção da Automutilação e do Suicídio, criada a partir da Lei 13.819/19. No rol de investimentos à Saúde Mental, o Ministério da Saúde destinou R$ 1,5 bilhão para abertura de novos serviços da Rede de Atenção Psicossocial (Raps). Outros R$ 99 milhões serviram para ampliar e qualificar o atendimento dos mais de 2,7 mil Centros de Atenção Psicossocial (Caps).

“Capitã Saúde”

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Durante a cerimônia, Mayra — que é um dos alvos da CPI da Covid-19 no Senado, e cujo nome está na lista de pedidos de indiciamentos a serem apresentados no relatório final — foi rebatizada pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, de “Capitã Saúde”. Ela ficou conhecida como capitã cloroquina pela defesa ao tratamento precoce contra a Covid-19.

Quem também fez alusão ao nome foi a ministra Damares Alves, que parabenizou Mayra por “capitanear” o projeto de capacitação. Ao perceber o uso do termo, em alusão ao apelido, a ministra riu e corrigiu: “olha, eu não falei essa palavra. Liderado pela nossa doutora Mayra”.

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