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Senador nega ter sido comunicado por Do Val sobre tentativa de golpe

Esperidião Amin, então presidente da CCAI, afirmou ao R7 que 'nunca tinha ouvido falar' do plano; afirmação foi feita à PF

Brasília|Bruna Lima, do R7, em Brasília

Esperidião Amin (PP-SC) em pronunciamento no Senado
Esperidião Amin (PP-SC) em pronunciamento no Senado Esperidião Amin (PP-SC) em pronunciamento no Senado

O senador Esperidião Amin (PP-SC) negou ter sido informado pelo senador Marcos do Val (Podemos-ES) sobre a proposta de golpe de Estado apresentada a ele pelo ex-deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) e o plano para gravar ilegalmente o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Do Val afirmou em depoimento à Polícia Federal que teria relatado o caso ao parlamentar, então presidente da Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência do Congresso (CCAI).

"Eu nunca tinha ouvido falar disso. Nunca tinha ouvido falar nem do interlocutor dele, o ex-deputado [Daniel Silveira] e nem qualquer espécie de conversa nesse sentido. Ele não falou comigo sobre esse assunto", disse Amin ao R7.

Na transcrição do depoimento à PF, Do Val relata que "falou pessoalmente com o senador presidente da CCAI sobre o plano proposto por Daniel Silveira, inclusive, que havia falado com o ministro Alexandre de Moraes sobre o plano". O documento não cita Esperidião, mas era ele o presidente da comissão à época da reunião.

A CCAI é uma comissão permanente que tem como principal objetivo a fiscalização e o controle externos das atividades de inteligência relacionadas ao Brasil, sejam elas desenvolvidas dentro do país ou no exterior por órgãos e entidades da administração pública brasileira. 

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A reportagem questionou a Do Val se ele reiterava a informação, mas não obteve resposta até a última atualização.

O senador Amin disse, ainda, que sequer assistiu ao depoimento de Do Val. "Nem vou assistir. Isso não é comigo. Eu quero saber se o Alexandre de Moraes vai abrir um processo depois de ter ouvido. O que eu sei é que ele [Do Val] reportou esse assunto ao Alexandre de Moraes. Não sei o que o ministro fez e nem qual seria a sua obrigação", completou, sugerindo ter acesso à informação a partir da repercussão da denúncia. 

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Marcos do Val tornou pública uma suposta tentativa de golpe e de gravar ilegalmente o ministro Alexandre de Moraes, pedido que teria partido do ex-deputado Daniel Silveira em uma reunião a que o ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) estava presente.

Em um primeiro momento, Do Val indicou haver 'coação' por parte do ex-chefe do Executivo para que ele executasse o plano. Depois, o senador voltou atrás e atribuiu a responsabilidade a Silveira. Chegou, inclusive, a sugerir que o próprio presidente também poderia estar tentando ouvir Silveira para denunciá-lo. "Pode até ser que o presidente, via GSI, estava ali para escutar e, de repente, denunciar", disse, na quinta (2).

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À PF, Do Val disse que "em nenhum momento o ex-presidente negou o plano ou mostrou contrariedade", mas que se manteve em silêncio e disse que aguardaria o senador responder se iria ou não executar o plano. 

Tentativa de "operação tabajara"

Em evento com empresários em Lisboa, nesta sexta (3), o ministro Alexandre de Moraes confirmou ter recebido o relato de Do Val. Disse que o suposto plano relatado foi uma "tentativa de uma operação tabajara, que mostra exatamente o ridículo a que nós chegamos na tentativa de um golpe no Brasil".

O ministro disse ter proposto ao senador que prestasse um depoimento logo após ter relatado o episódio, mas que o parlamentar negou. 

Estratégia para abertura de CPI

Em novas declarações por meio das redes sociais, Marcos do Val disse, nesta sexta-feira (3), que usou a imprensa para colocar um plano em ação. O objetivo seria "provar prevaricação dos ministros e do atual presidente da República", disse, sem explicitar se os ministros seriam os do poder Executivo ou do Judiciário. O senador já afirmou, no entanto, ter acesso a documentos que comprovam omissão por parte de Lula e do ministro da Justiça, Flávio Dino, quanto aos ataques extremistas de 8 de janeiro.

Ele afirmou, ainda, que o anúncio de uma renúncia seria a estratégia para atrair a imprensa e que vai "mudar o Brasil e o sistema que acontece aqui" quando a CPI for aberta e houver quebra de sigilo de supostos documentos que estão com ele. 

"Estou lutando pela CPI porque nela vamos tirar o sigilo imposto pelo presidente da República nos documentos que são bombásticos e aí vocês terão acesso à verdade e vão presenciar a realização de um sonho de todos nós", afirmou Do Val. 

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