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Augusto Fernandes, do R7, em Brasília
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Leopoldo Silva/Agência Senado - 19.5.2021

O exercício do jornalismo tem sido ameaçado no Brasil, e os ataques a profissionais da imprensa se tornaram cada vez mais frequentes ao redor do país. Apesar de cumprir um importante papel social, revelando informações de interesse público que ajudam a população a tomar decisões que determinam os rumos de um regime democrático, o jornalista vê o seu trabalho ser descredibilizado dia a dia e tem de lidar com constantes ofensas e agressões. Só na última década, os ataques contra a classe subiram 107%, e hoje o país figura entre os dez piores da América Latina na avaliação sobre liberdade de imprensa.

Enquanto em 2013 foram contabilizados 181 episódios de violência contra repórteres e comunicadores, esse índice subiu para 376 no ano passado, segundo o relatório "Violência contra jornalistas e liberdade de imprensa no Brasil", feito pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj). É como se o país registrasse pelo menos um ataque contra jornalistas por dia.

Além da escalada da agressividade, o jornalismo tem deixado de ser interessante para a população, que em sua maioria prefere evitar o acesso a notícias. Segundo um levantamento divulgado no ano passado pelo Instituto Reuters para o Estudo do Jornalismo, da Universidade de Oxford, 54% dos brasileiros ignoram as informações jornalísticas — o terceiro maior índice entre os de 46 países analisados, atrás apenas dos da Bulgária e da Turquia.

"Estamos diante de um cenário em que falta entendimento por parte da população de qual é o papel do jornalista ou do veículo de comunicação na hora de cobrir um evento. Além disso, com o advento da tecnologia, vimos uma proliferação enorme de vozes de novos agentes de comunicação. São muitas pessoas falando para a sociedade, que já não sabe distinguir o que é matéria jornalística e o que é opinião de influenciador. Com isso, o jornalismo perde", analisa a presidente do Instituto Palavra Aberta, Patricia Blanco.

De acordo com Patricia, parte da sociedade já não quer saber se o que a imprensa fala é verdade, mas está, isso sim, preocupada apenas em confirmar as próprias convicções. "Se as pessoas ouvem algo de que não gostam ou com o que não concordam, acabam usando o mensageiro como forma de atacar a informação que ele está passando."

O jornalismo como inimigo

O excesso de conteúdo que circula entre a sociedade acaba comprometendo a veracidade do que é divulgado. Nem sempre os acontecimentos são relatados de forma completa e com todas as versões sobre o que ocorreu. Com isso, o jornalista, por ser o profissional conhecido pela produção de notícias, acaba se tornando alvo de ataques e é visto como o grande culpado pela baixa qualidade das informações.

"O Brasil vive em uma esfera informacional caótica, o que fomenta o processo de desconfiança sobre as notícias. Como reflexo, o jornalismo tradicional passa a ser visto como inimigo. E essa é uma lógica perigosa, pois a figura do inimigo acaba se personificando nos profissionais, que são atacados. Isso é arriscado não só para as pessoas que são jornalistas, que têm a integridade física e emocional ameaçada, mas também para o jornalismo enquanto instituição", alerta a pesquisadora Letícia Sabbatini, da Escola de Comunicação, Mídia e Informação da Fundação Getulio Vargas (FGV).

Os tipos de violência contra jornalistas variam. São insultos pela internet, ameaças, hostilizações, intimidações e até tentativas de impedir o exercício da classe. O ataque mais recorrente, contudo, tem sido o de desqualificar o trabalho da imprensa. O repórter tem perdido a credibilidade perante a população, mesmo que entregue um conteúdo rico em informações e bem apurado.

"Ao atacar uma instituição como o jornalismo, que tem uma função social tão importante, ataca-se o regime democrático, impossibilitando que a sociedade possa percorrer os caminhos necessários para desenvolver justiça social e superar as mazelas que atingem nosso país há tanto tempo. Não podemos corromper um sistema que tem o papel de produzir as informações que vão ajudar a população a tomar as melhores decisões", diz o coordenador-executivo de Jornalismo e Liberdade de Expressão do Instituto Vladimir Herzog, Giuliano Galli.

Componente político

Segundo Galli, o comportamento agressivo da sociedade é um reflexo de como as autoridades públicas passaram a tratar os jornalistas nos últimos anos. De 2013 a 2022, os políticos foram responsáveis pela maior parte dos ataques a profissionais da imprensa, tendo protagonizado 794 casos, de acordo com a Fenaj. Manifestantes e populares estiveram envolvidos em 341 agressões.

"Se os brasileiros veem as autoridades e as pessoas que têm espaço no debate público agindo assim, sem receber nenhum tipo de punição, é natural que se sintam legitimados a fazer o mesmo. Isso é muito grave. De alguma forma, os representantes do poder público acabam atentando contra um pilar do regime democrático e estimulam a criação de um ambiente de violência em relação à atuação dos jornalistas, que cada vez mais vão se sentir ameaçados", destaca Galli.

Como consequência desse contexto, a percepção de segurança no país para que os jornalistas exerçam a profissão é uma das piores da América Latina. Segundo um levantamento da ONG Repórteres sem Fronteiras, no ano passado o Brasil ficou na 110ª posição de um ranking que analisou a liberdade de imprensa em 180 nações. O país só ficou à frente de outros nove vizinhos das Américas.

Para chegar ao resultado, a ONG avalia aspectos como pluralismo e independência dos meios de comunicação, ambiente midiático e autocensura, o quadro legislativo que rege o setor e transparência e qualidade da infraestrutura que sustenta a produção de informação.

"A desconfiança em relação à imprensa, alimentada pela retórica antimídia e pela banalização do discurso estigmatizante da classe política, especialmente no Brasil, em Cuba, na Venezuela, na Nicarágua e em El Salvador, ganhou mais terreno. Cada vez mais visíveis e virulentos, esses ataques públicos enfraquecem a profissão e incentivam processos abusivos, campanhas de difamação e intimidação — principalmente contra mulheres — e assédio online contra jornalistas críticos", ressaltou a entidade em um relatório sobre os números de 2022.

Luta difícil

O jornalista Túlio Amâncio, de 29 anos, repórter de televisão, já foi alvo de violência pelo exercício da profissão. Em 8 de janeiro deste ano, quando Brasília foi palco de um ato de vandalismo por manifestantes que invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes do país, ele foi ofendido e xingado por pessoas que participavam do movimento.

Além disso, enquanto Túlio filmava a chegada do grupo de extremistas à Esplanada dos Ministérios, um dos vândalos lhe deu um tapa na mão e derrubou o celular do repórter, que ficou com a tela quebrada.

O jornalista Túlio Amâncio (Reprodução/Arquivo pessoal)
O jornalista Túlio Amâncio Reprodução/Arquivo pessoal

"É de lamentar que isso tenha acontecido. Infelizmente, essas pessoas compraram a ideia de que a imprensa é partidária e tem uma ideologia política. Acredito que as redes sociais contribuíram para isso. Elas dão voz a muita gente que propaga a ignorância e um discurso de ódio. É difícil lutar contra esse poder", comenta o jornalista.

Na opinião de Túlio, a tentativa de enfraquecimento do trabalho da imprensa é prejudicial não apenas à classe, mas à população como um todo. "O jornalismo tem um papel fundamental para a sociedade, porque é por meio dele que a população tem acesso a informações a que, muitas vezes, não teria. A tarefa de apurar e simplificar a informação pode ditar os rumos da sociedade, por isso a banalização e o desrespeito à profissão me preocupam."

Túlio, contudo, não foi o único jornalista agredido naquele dia. Além dele, ao menos 16 profissionais da imprensa acabaram se tornando alvo de ataques em Brasília, de acordo com um relatório elaborado por entidades que representam a categoria. No documento, as organizações dizem que "é importante ressaltar que a democracia tem como um de seus alicerces uma imprensa livre [...] Assim, o jornalismo não pode ser acossado, seja por agentes públicos, seja por grupos políticos organizados".

Ameaça real

O que a imprensa sofreu em 8 de janeiro acabou sendo o estopim de um movimento de ataque ao jornalismo profissional que teve início nos anos anteriores e que, na avaliação de especialistas, não pode ser minimizado.

"Os ataques vêm se agravando, o que é preocupante. É inconciliável para o projeto de um país democrático e socialmente igualitário qualquer tipo de ação como essa. Tornar um país mais justo pressupõe a transformação desse cenário de violência contra jornalistas", diz Giuliano Galli, do Instituto Vladimir Herzog.

O nível de violência contra a imprensa no país tem sido corroborado por episódios mais graves, como agressões físicas, atentados e situações extremas de assassinato. Ao longo da última década, foram ao menos 28 jornalistas mortos no Brasil em virtude da profissão, de acordo com a Sociedade Interamericana de Imprensa. Apenas o México teve mais casos entre os países de todas as Américas, com 101.

Além disso, o país tem falhado no processo de investigação e condenação dos responsáveis pelos homicídios. De acordo com o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), o Brasil é o nono país no mundo que menos soluciona casos de assassinato contra profissionais da imprensa. Comparando-se com as demais nações das Américas, mais uma vez apenas o México está à frente.

"Passamos a lidar com um movimento que tenta impor versões que se contrapõem à realidade demonstrada pela imprensa. A estratégia é de aniquilar e criar a percepção de que tudo o que a imprensa faz é mentira. É uma teoria da conspiração que tenta eliminar investigações e denúncias do jornalismo, criando uma realidade paralela. Se não fizermos uma abordagem realmente efetiva do problema, o Brasil pode correr o risco de ter uma realidade mais parecida com a do México nesse aspecto de violência", observa o presidente-executivo da Associação Nacional dos Jornais (ANJ), Marcelo Rech.

Para Patricia Blanco, do Instituto Palavra Aberta, um dos maiores perigos do silenciamento da imprensa é a escalada do autoritarismo. "Quando há um processo de calar as vozes divergentes, deixamos de ter questionamentos em relação a atitudes, questões e até decisões políticas e governamentais. Com vozes únicas falando, elas acabam impondo o seu ponto de vista. Assim, o risco de autoritarismo cresce."

Medo da própria profissão

Em meio a esse ambiente hostil aos jornalistas, o pânico acaba tomando conta de quem exerce a profissão. Em 2018, ao cobrir uma manifestação em Brasília contra a prisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a fotojornalista Bárbara Cabral, de 31 anos, viveu momentos de apreensão. Ao chegar ao local do ato, o carro em que ela estava junto com outra repórter e o motorista foi cercado por extremistas, que começaram a bater nos vidros e balançar o veículo para tentar derrubá-lo.

Em determinado momento, um dos manifestantes atirou uma pedra contra o carro e quebrou o vidro traseiro. "Depois de terem quebrado o vidro, as pessoas continuaram a correr atrás do carro. Foi difícil sair de lá. Nesse dia foi bem pesado. Achei que fosse morrer", confessa Bárbara.

A fotojornalista Bárbara Cabral (Reprodução/Arquivo pessoal)
A fotojornalista Bárbara Cabral Reprodução/Arquivo pessoal

Apesar do susto, ninguém que estava no veículo se feriu. Mas esse não foi o único episódio que a fotógrafa enfrentou. Ela conta que já foi ameaçada em diversas manifestações e repreendida pelo público simplesmente por ser jornalista. Como consequência, passou a ter receio de trabalhar em atos políticos.

"Houve um momento que chegou a ser medo, pois eu me sentia perseguida o tempo inteiro. Eu só queria trabalhar, mas trabalhar com medo é uma coisa horrível. Queria que a população olhasse para o jornalista como um trabalhador como qualquer outro. Ninguém precisa aplaudir a gente, basta respeitar. As pessoas têm o direito de não concordar com o que falamos ou escrevemos, mas isso não pode evoluir para uma agressão", opina.

O temor de desempenhar o próprio trabalho mostra que a situação dos jornalistas no Brasil é alarmante. "Quando o jornalista começa a se autocensurar, é preocupante. Esse é o maior dano que podemos ter: o jornalista não querer mais fazer a própria matéria. Se continuar a ser exposto a um ambiente que não garante proteção ao exercício da profissão, ele vai se retrair e ficar cada vez menos propenso e disposto a enfrentar o risco", comenta Patricia Blanco, do Instituto Palavra Aberta.

"Isso é grave. Se o jornalista se sente intimidado e sabe que vai incomodar um grupo de pessoas que já se mostraram dispostas a agredir, ele vai pensar duas vezes antes de produzir uma reportagem, ainda que bem apurada e totalmente verdadeira. Quando o repórter não se sente seguro, quem perde é toda a sociedade, que não vai acessar a informação que ele produziria. Com um grupo que não se sente motivado a trabalhar, o regime democrático não prospera", acrescenta Giuliano Galli, do Instituto Vladimir Herzog.

Mudando o cenário

Para contornar essa realidade, o jornalismo precisa da contribuição de todos. "O importante é que haja, de fato, um compromisso da sociedade civil e dos governos. E esse compromisso tem de ser representado por políticas públicas, para fazer com que a sociedade entenda que ela precisa do jornalismo. O acesso à informação, garantido pelo jornalismo, é um benefício à sociedade. Assim, todos podem ter assertividade no processo de tomada de decisões que impactam nas suas vidas", garante Galli.

Para entender o atual cenário e buscar medidas para combater a violência contra a imprensa, o governo federal criou em janeiro deste ano o Observatório Nacional da Violência contra Jornalistas e Comunicadores. O órgão nasceu a partir da demanda de associações que representam a classe e vai monitorar todos os casos de ataque a categorias de jornalistas e veículos em geral, com o acompanhamento de investigações e auxílio na identificação dos autores de crimes.

O secretário nacional de Justiça do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Augusto de Arruda Botelho, responsável pelo observatório, diz que um dos objetivos do órgão será criar um banco de dados com as estatísticas das violências, para que o governo federal possa pensar em alternativas para solucionar o problema.

"A imprensa livre é um dos maiores pilares de qualquer democracia sólida. E é essencial, diante do aumento no número de casos de violência, que a gente busque propostas para alterar esse quadro. O observatório não vai se prestar simplesmente a observar passivamente os casos. Queremos fazer discussões com entidades representativas, o Judiciário, o Legislativo e as polícias, para propor políticas públicas", afirma.

Além disso, é importante que haja um trabalho de educação midiática, a fim de que as novas gerações recebam uma melhor instrução sobre o verdadeiro papel da imprensa. "Precisamos defender isso nas escolas, para que os jovens possam aprender que as informações a que eles têm acesso pelas redes sociais nem sempre são qualificadas. As pessoas precisam valorizar as informações bem apuradas e verídicas, que as permitam adquirir cidadania. Pelo jornalismo profissional, cada um pode cobrar o poder público e as entidades privadas, bem como adquirir direitos", ressalta a presidente da Fenaj, Samira de Castro.

Outro aspecto que pode contribuir para que a imprensa seja vista com outros olhos é o próprio jornalismo adotar estratégias para comprovar sua credibilidade à população. "É importante que o jornalista continue atuando de forma ética. Além disso, ele tem que ser transparente na produção da sua matéria, contando como foi o processo de apuração ou usando algum mecanismo que permita ao público saber como determinada informação foi obtida. Isso pode fazer com que a sociedade compreenda melhor o trabalho de um repórter", sugere Patricia Blanco, do Instituto Palavra Aberta.

A importância do jornalismo

Sem o jornalismo, toda a sociedade perde. Segundo Marcelo Rech, da ANJ, "a imprensa são os olhos e ouvidos da população". "O jornalista é uma testemunha a serviço da sociedade. Permitir que esse profissional trabalhe de forma livre é fundamental para que todos sejam informados adequadamente e tenham seu processo de tomada de decisões baseado em fatos, e não em teorias da conspiração. A liberdade de imprensa não é da imprensa, mas sim da sociedade."

Mesmo que a realidade seja desafiadora, o repórter Túlio Amâncio diz que baixar a cabeça não é uma opção. "Eu me sinto mais motivado com isso. O nosso trabalho passa a ser ainda mais necessário diante de tantos ataques. Temos que resistir para, cada vez mais, promover o jornalismo profissional e imparcial, que é no que a gente acredita e o que, de fato, é o certo. Temos que lutar e acreditar que é possível mudar isso."

Giuliano Galli, do Instituto Vladimir Herzog, reforça que "uma imprensa livre, comprometida com o interesse público, protegida, segura e bem equipada vai fazer com que a população tenha acesso a informações que vão pautar a atuação dela na vida em sociedade". E acrescenta: "O regime democrático funciona a partir dos momentos de participação dos cidadãos na vida pública. E essa participação é mais qualificada quando há livre circulação de informações".

Entrevista com o secretário nacional de Justiça do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Augusto de Arruda Botelho
O secretário Nacional de Justiça, Augusto de Arruda Botelho (Tom Costa/MJSP - 19.1.2023)
O secretário Nacional de Justiça, Augusto de Arruda Botelho Tom Costa/MJSP - 19.1.2023

Por que foi necessária a criação do Observatório Nacional da Violência contra Jornalistas e Comunicadores?
A imprensa livre é um dos maiores pilares de qualquer democracia sólida. E é essencial, diante do aumento no número de casos de violência, que a gente busque propostas para alterar esse quadro. O observatório não vai se prestar simplesmente a observar passivamente os casos. Queremos fazer discussões com entidades representativas, o Judiciário, o Legislativo e as polícias, para propor políticas públicas.

Como será o trabalho do observatório?
Teremos encontros bimestrais. Já fizemos uma grande reunião com mais de 30 entidades de comunicadores e chamamos também representantes de autoridades do Judiciário e das polícias. Qual é a função do observatório? Criar um banco de dados único de todos os casos de violência contra jornalistas. Muitas organizações têm seus dados, mas queremos centralizá-los. Para quê? Para que a gente tenha informações e possa produzir estatísticas, marcadores e indicativos. Só com essa análise será possível propor políticas públicas, alterações legislativas. E, diante desse cenário, vamos ter a quem cobrar. Por isso, as autoridades que participam desse observatório serão instadas a auxiliar nesse processo.

Como é possível reverter o atual cenário de ataques à imprensa?
Um ponto importante é a educação. A gente precisa ter propostas para educar sobre a importância do jornalismo livre e independente e da informação. Vejo com muita preocupação essa forma de ataque que a imprensa vem sofrendo. Não é porque as pessoas não concordam. Elas sustentam, sem base fática, um posicionamento de que as matérias são mentirosas. Infelizmente, isso é reflexo de uma polarização política que acontece em níveis distópicos, fazendo com que veículos históricos sejam descredibilizados. É papel do observatório, portanto, propor políticas públicas de fortalecimento da informação e dos canais de imprensa.

Quais resultados o senhor espera ver?
Primeiro, que os casos de violência contra jornalistas sejam apurados com rapidez e de forma transparente. Principalmente neste momento, esses episódios merecem e devem ter atenção peculiar. Também, que a gente consiga fazer discussões com entidades representativas para propor políticas públicas. Apesar de se tratar de um observatório, não vamos ficar olhando de longe. Não queremos que ele só produza números.


Reportagem: Augusto Fernandes
Artes: Luce Costa
Coordenação e edição: Fausto Carneiro