Em meio às negociações da PEC dos Precatórios, das indicações de autoridades e da sabatina de André Mendonça, o senador Eduardo Braga (MDB-AM) tinha uma articulação especial a fazer na tarde de quarta-feira (1º): antecipar a votação da indicação do nome de Mendonça ao STF (Supremo Tribunal Federal) no plenário do Senado para que ele tivesse tempo de acompanhar o nascimento da neta Aurora, em São Paulo.
A ideia do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD), era manter as indicações de embaixadores como o primeiro item da pauta, até como uma estratégia de garantir o quórum para a apreciação do nome de Mendonça. Mas, ainda no início da sessão, Braga usou a palavra para fazer o apelo a Pacheco.
"Tão logo nós tenhamos configurado o quórum necessário, que V. Exa. possa colocar em votação a deliberação do plenário do Senado a indicação do Sr. Ministro André Mendonça para a vaga do Supremo Tribunal Federal. Eu explico o por quê deste meu apelo. É um apelo de alguém que vai ser avô daqui a algumas horas, e tenho a pretensão de poder estar acompanhando minha filha, que dará à luz Aurora", disse Braga, que, em seguida, foi parabenizado pelos colegas.
O apelo sensibilizou Pacheco, que, após parabenizar Braga, decidiu inverter a pauta, com o compromisso de que os senadores permencessem no plenário mesmo depois da votação do nome de Mendonça. Desta forma, o nome do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública e ex-advogado-geral da União ao STF entrou em votação ainda no início da sessão de quarta, sendo aprovado com 47 votos favoráveis por volta das 19h.