O bairro Aero Rancho lidera o ranking de moradores com teste positivo para a Covid-19 em Campo Grande. Os números vem do Sisgran, o Sistema Municipal de Indicadores, que monitorava as regiões com casos confirmados e que teve a atualização feita pela última vez nesta semana pela Secretaria Municipal de Saúde (Sesau).
A ferramenta não será mais utIlizada por perder a funcionalidade, já que todas as regiões da Capital possuem casos confirmados. O Aero Rancho, um dois bairros mais populosos da cidade que tem cerca de 36 mil habitantes, segundo o IBGE, apresentou o índice de 4,4% positivos para a doença.
A reportagem do Diário Digital percorreu as principais vias da região, entre elas a avenida Raquel de Queiróz, que é uma das mais movimentadas e com muita atividade de comércio. Ali encontramos a Guacira Melo, 56 anos, que trabalha como empregada doméstica. Segundo ela, os moradores se dividem na hora de respeitar as medidas de segurança para evitar o contágio do novo coronavírus. "Tem pessoas com máscaras, mas sempre tem aqueles que não obedecem. Posso dizer, que antes tinha mais gente sem máscaras", avalia.
Já em relação ao decreto que proíbe o consumo de bebidas alcoólicas em via pública e nos estabelecimentos feito sobre as bebidas alcoólicas, ela acredita que vai ter efeitos positivos. "Eu concordo, pois assim os moradores compreendem a gravidade da doença", afirma.
O vendedor Jaime Cândido, de 50 anos, e o militar aposentado, Luis Carlos Naban, de 58, estão no bairro há quase três décadas. Eles fazem as contas e estimam 90% dos moradores estão conscientes e acatando as medidas. "A pandemia está sendo um momento difícil para os comerciantes e para os trabalhadores. Todos sabemos que é um momento muito delicado", afirma Luis Carlos.
E quanto a proibição do consumo de bebidas alcoólicas nos locais de venda, afirmam ser favoráveis ao decreto municipal. "Beber em casa é a melhor saída, pois, não tem aglomeração", discorreu Jaime.
Para a comerciante Rosimeire da Silva, de 55 anos, a maior parte dos moradores não estão respeitando as medidas e a aglomeração continua. "Nos finais de semana, vejo festinhas com várias pessoas. Além disso, eu apoio o decreto sobre não beber nos espaços públicos, porém não resolve o nosso problema. Porque a pessoa pode até beber em casa, mas quando ela acaba de tomar sua cerveja, quer sair de casa, dirigindo ou pilotando e, podendo causar até um acidente", pontua.
Ainda de acordo com a comerciante, a situação só é encarada com preocupação quando os casos chegam perto. "Infelizmente a população só vai se conscientizar quando acontecer algo dentro da família para compreenderem que essa doença não é brincadeira", destacou Rosimeire.
No período da manhã a reportagem percorreu a avenida Raquel de Queiróz e verificou que apenas duas conveniências estavam abertas, mas sem clientes.
Além do Aero Rancho, o Sisgran apontou outras regiões com índice elevado de moradores com Covid-19. Entre elas o Tiradentes (3,2%), Vila Nasser (3,2%), Noroeste (2,9%), Nova Lima (2,9%), Centro Oeste (2,9%), Popular (2,8%), Santo Amaro (2,8%), Rita Vieira (2,5%) e Nova Coronel Antonino (2,3%).
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