No dia em que Campo Grande completa 121 anos, Izaulita Ferreira de Rezende celebra seu centenário. Lúcida, comunicativa, saudável, admirada pela família e amigos, ela comemorou seus 100 anos de um jeito bem diferente da festa dos 99. Em 2019 ela dançava com netos e bisnetos e agora, com essa nova realidade imposta pela pandemia, o jeito encontrado foi festejar em clima de drive-thru.
Nascida no dia 26 de agosto de 1920 em uma fazenda no entorno de Campo Grande, ela lembra que veio ao mundo de madrugada: às 04 horas mais precisamente. E esta lucidez e memória despertam admiração de todos que convivem com dona Izaulita. Seus 100 anos, uma idade marcante, foram celebrados na garagem da sua casa, na rua Rui Barbosa, bem no centro da Capital.
Por ali passaram amigos e familiares. Todos com horário marcado para evitar aglomeração. Do portão seguem presentes, acenos, beijos e uma foto de longe. O espaço foi decorado com flores e balões. Segundo a bisneta Juliana Milene de Lima, cada um da família teve seu horário e, terminada a visita, todos receberam a lembrancinha.
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Diário DigitalDona Izaulita era só alegria. Mesmo com máscara, a felicidade transborda no olhar. “Inteirando 100 anos não para qualquer um, né? Estou aqui muito feliz, agradeço e desejo tudo de bom para todos que se lembraram de mim. E o principal é saúde porque hoje em dia, com essa situação, está muito difícil”, afirma. E sobre a pandemia, ela tem perspectivas de dias melhores. “Deus é bom e logo vai ter cura para esta doença e nós vamos ficar felizes”, ressalta.
Ela faz uma retrospectiva e lembra que casou, teve cinco filhos e ficou viúva bem jovem. Além de perder o marido, dois filhos faleceram. “Mas eu sou muito feliz porque tenho duas filhas e um filho. No dia que eu for com certeza vou encontrar com os outros lá”, pontua. Cheia de amor e muita disposição, dona Izaulita construiu mais uma família, dessa vez com filhas do coração: Celeneh e Elaine. “Eu tenho duas famílias, a de barriga e a do coração. Amo todos igualmente”, afirma.
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Diário DigitalAo longo dos anos a casa dela sempre foi cheia e ponto de encontro da família. Filhos, netos, bisnetos e tataranetos biológicos e adotados dividem a convivência e só lembram de dias memoráveis. “Minha avó está sempre de bem com a vida, é a referência da família, exigente na educação e nossa motivação para todos os dias”, afirma a bisneta Juliana. “Ela é lúcida, lembra de todo mundo, conta história, não reclama de dor. A gente até brinca e pede para ela tossir um pouquinho, porque não tem doença nenhuma”, brinca.
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Diário DigitalMas afinal, quais os segredos dessa longevidadade? Não ter preguiça é um deles. Segundo a bisneta, “a vó nos ensinou que se a gente tem saúde, temos que sempre caminhar até o fim”. É a vontade de viver que move dona Izaulita porque a neta entrega seu ponto fraco: ela toma pouca água, ama Coca Cola e um docinho. E se de hábitos saudáveis ela anda passando um pouco longe, muito perto ela continua no coração de cada familiar e de cada amigo.
Do aceno do carro, do beijo enviado do portão e da foto registrada com distanciamento, dona Izaulita deixa o exemplo de quem há cem anos segue seu caminho de mãos dadas com vida. “Ela é a nossa inspiração”, conclui a bisneta Juliana.
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