Para muitos apaixonados pelas histórias em quadrinhos e pelas viagens pelo mundo da literatura, a Gibiteca de Campo Grande sempre foi uma referência. O projeto criado há mais de 20 anos pelo psicólogo Ronilço Guerreiro fica na região do bairro São Francisco e sempre foi considerado um ponto de cultura. Começou tímido, ganhou proporções, credibilidade, parceiros e projeção nacional. Mas agora nesse período de pandemia a Gibiteca ficou órfã de seu público mais assíduo: crianças e adolescentes.
Como o espaço é destinado à leitura, muita interatividade com oficinas, troca de livros e acesso gratuito à Internet, não está mais podendo receber seus leitores. Mas Ronilço, como todo bom brasileiro, não desiste fácil. Agora ele entrega livros higienizados nos estacionamentos, principalmente de mercados e supermercados. Segundo ele, o incentivo à leitura não pode parar.
Após a pandemia, Ronilço adotou uma nova forma de distribuir livros e gibis (Foto: Luciano Muta)Mas antes de serem distribuídos os livros passam por um processo de higienização. "Limpamos com álcool em gel, plastificamos e depois passo de carro em carro deixando um livro", afirma. Todos os livros são resultado de doações e trocas.
Livros são higienizados e recebem proteção de plástico antes da distribuição (Foto: Luciano Muta)E no simples ato de entregar o livro, acaba conhecendo muitas histórias de quem recebe a obra literária. "Nessa época de isolamento social as pessoas passam por muitas dificuldades. Certa vez deixei o livro Nunca desista de Seus Sonhos, do Augusto Cury, e em seguida recebi a mensagem de uma mulher agradecendo o livro que a fez desistir de cometer um suicídio", relembra. Para o psicólogo e incentivador da leitura situações assim são comoventes. "Reações como essas me incentivam cada vez mais fazer de Campo Grande uma cidade de leitores", ressalta.
O projeto Gibiteca não para porque tem muitos apoiadores. São pessoas e instituições que reconhecem e valorizam a proposta de levar o gosto pela leitura por todos os cantos da cidade. Para circular nos bairros a Gibiteca tem a unidade móvel que funciona em uma bicicleta, a gibicicleta. Há também pontos de distribuição de livros nos terminais de ônibus onde as pessoas podem pegar ou deixar um exemplar no local.
E a intenção agora é ampliar essas bibliotecas nos terminais de transbordo. Para isso, Ronilço pede ajuda para adesivar as 10 novas prateleiras que serão colocadas onde milhares de usuários do transporte coletivo circulam diariamente." Quem quiser ajudar pode entrar em contato comigo e ser padrinho de um projeto tão lindo", convida.
Gostou do projeto e quer ajudar? Só entrar em contato pelo (67) telefone 99996-5748.
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