Um protesto pacífico foi realizado na manhã deste sábado, 19 de Dezembro, em frente à loja de embalagens que fica localizada na avenida Coronel Antonino, endereço de suposto crime de racismo.
Participaram do ato o Grupo Trabalho e Estudos Zumbi (TEZ), Fórum Permanente das Entidades do Movimento Negro de Mato Grosso do Sul e a Marcha Mundial das Mulheres (MS).
A vítima, o entregador Joaquim Azevedo, de 42 anos, teria sido ofendido durante uma discussão com a proprietária do estabelecimento, uma mulher de 50 anos, na terça-feira passada, 15.
Se ele denunciou à polícia, a mulher teria dito que "não queria preto em sua loja." Ainda de acordo com a denúncia, a empresária teria chutado as caixas e ofendido o trabalhador até a chegada da Polícia Militar que fez a prisão em flagrante. Tudo aconteceu na presença de várias testemunhas que prestaram depoimentos à Polícia Civil.
O Jornal Diário Digital conversou no ato, com a presidente do Grupo TEZ, Bartolina Catanante sobre o ocorrido. "Acredito que com esse Governo, muito das vezes as pessoas não são combatidas e, isso se faz mais presente para que pessoas expressem seu racismo. Desta forma, neste ano de 2020, passamos mais preocupados em combater esse tipo de ação".
"Acontecimento envolvendo o sr. Joaquim é algo que nós, trabalhadores de pele negra, estamos sujeitos a passar. Ele estava apenas cumprindo sua função. Em relação ao posicionamento dele, achei totalmente positiva, no sentido de que ele fez o registro no momento em que aconteceu. Possibilitando que as autoridades tomassem uma atitude, pois, não é sempre que isso acontece. Sendo assim, o registro tem que acontecer para que outras pessoas tomem coragem para denunciar também", discorreu Bartolina.
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Diário Digital(Foto: Marina Romualdo)
Para a coordenadora do Fórum do Movimento Negro, Romilda Pizani, a atitude que aconteceu é uma situação lamentável. "Imagina você trabalhar de forma digna e honrada e, alguém cometer o ato de racismo contra você. Estamos falando com ser humano, ele foi agressivamente agredido. Precisamos contribuir com que essa dor eterna diminua".
"Por estarmos em um Estado totalmente ruralista, onde existe um retrocesso de pensamentos, a expectativa da mudança é para os mais esperançosos. Acredito em um mundo melhor, pois tenho filhos e quero que meus netos não passem por isso. Além disso, acredito também em uma sociedade mais justa, no qual, o tom da pele não interfira no nosso dia-a-dia e nas ações".
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Diário Digital(Fotos: Marina Romualdo)
O sr. Joaquim e sua esposa, não compareceram ao ato por orientação do advogado, já que o processo que está em andamento. Já a empresa de embalagens disse que irá apenas se pronunciar ao fim da ação.
A Polícia Militar esteve no local do protesto fazendo averiguações.
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Diário Digital(Fotos: Marina Romualdo)
O caso — A empresária de 50 anos que havia sido presa por crime de racismo em Campo Grande foi liberada em audiência de custódia após pagar fiança no valor de 10 salários mínimos, o que corresponde a R$ 10.450,00. A prisão aconteceu ontem. Na manhã de quarta-feira (16) ela passou por audiência de custódia e foi liberada. No entanto, a comerciante responderá ao processo por praticar discriminação ou preconceito de raça ou cor.
O crime aconteceu na empresa dela. A comerciante tratou o entregador Joaquim Azevedo, de 42 anos, com muita agressividade dizendo que "não queria preto na sua loja". Ela é dona de uma empresa de embalagens que fica na avenida Coronel Antonino. A vítima dos atos racistas e comentários agressivos descarregava produtos para abastecer a loja.
Durante as ofensas, a empresária teria discutido com a vítima, chutado caixas e ofendido o trabalhador até a chegada da Polícia Militar que fez a prisão em flagrante. Tudo aconteceu na presença de várias testemunhas que prestaram depoimento na polícia civil.
Conforme relato da vítima à polícia, a mulher se incomodou porque caixas teriam ficado na passagem dos clientes. Um funcionário de loja vizinha relatou à polícia que percebeu a calma da vítima mesmo ao ser ofendida. A todo momento ele pedia para a mulher se acalmar e dizia que já iria retirar as caixas dali.
Policiais militares que estavam na região viram o que aconteciam e chamaram outras equipes que acabaram prendendo a mulher em flagrante. Na delegacia, no entanto, ela negou qualquer agressão verbal e disse que foi tratada com grosseria pelo trabalhador. Mesmo assim, permaneceu detida na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Centro até ser liberada em audiência de custódia na manhã de hoje.
O post Manifestantes pedem justiça por Joaquim, vítima racismo na Capital apareceu primeiro em Diário Digital.