Matagal, brinquedos danificados, pistas de caminhada com buraco, sujeira, água poluída. É nesta situação que se encontram parques ambientais de Dourados. A situação de abandono e de má conservação desses espaços muitas vezes é provocada pela falta de manutenção. Embora seja o segundo maior município do Estado, o poder público não tem dado atenção ao meio ambiente. Pelo menos 90% dos córregos da cidade são poluídos.
Arborizada, Dourados possui seis córregos em sua área urbana e doze áreas verdes, instituídas pelo Plano Diretor Municipal, de 2003. Os três principais parques ambientais são: Arnulpho Fioravante, aos fundos do shopping, Antenor Martins, no jardim Flórida, e Primo Fioravante, região do Grande Água Boa. Há também o Victélio Pelegrin, no Novo Horizonte, e o Parque natural Municipal do Paragem, região sul da cidade, com obras que nunca saíram do papel.
O Antenor Martins possui 244.049,00m² de área, conta com um grande lago artificial, construído para receber as águas pluviais, e que já foi utilizado para pesca esportiva e atividades de recreação e lazer. O parque, que ainda abriga nascente do córrego Água Boa, foi revitalizado e reinaugurado no ano de 2003, recebendo boa infraestrutura como quiosques, praça infantil, quadras poliesportivas, pistas de caminhada, campo de futebol e um teatro de arena.
Contudo, devido à falta de manutenção e ao vandalismo, parte da infraestrutura está deteriorada. Hoje, o matagal toma conta do espaço. Aliás, os parques estão fechados desde março do passado por força de decreto da prefeitura em razão da pandemia do coronavírus. Não foram reabertos, inclusive, devido à ausência de limpeza pública.
Localizado na área central da cidade, em frente ao Shopping e à rodoviária, o parque Arnulpho Fioravante possui uma área de 582.523,76m2. Também possui um grande lago artificial, pois a área é receptora das galerias de águas pluviais da cidade. Ali se tem alguns pontos de nascente do Córrego Paragem. A infraestrutura de lazer existente não é utilizada pela população, por se encontrar em condições precárias de uso. Por vezes, o parque serve de abrigo a usuários de drogas, e a visitação desacompanhada não é incentivada por não ser "seguro".
A pandemia provocou descaso do poder público com os espaços públicos, no entanto, no parque Primo Fioravante, conhecido como Rego D’água, um cidadão roçou o matagal externo. O local conta com quadra poliesportiva, pista de skate, espaço para lanchonete, píer (ponte sobre os lagos), sanitários, playground, campo de futebol, deck, vestiário, quadra de areia e área de administração. Contudo, grande parte da infraestrutura está detonada e afugenta a população.
Já a unidade de conservação do Parque Natural Municipal do Paragem está em discussão há anos, mas nunca saiu do papel. Há um projeto onde consta investimentos de R$ 5 milhões, com construção de trilhas, passarelas, guarita, estacionamento e até o cercamento do transcurso do córrego com o mesmo nome e que corta o perímetro urbano do município na região sul da cidade até desaguar no Rio Dourados.
Poluição
A poluição por óleo e esgoto atinge 90% dos córregos de Dourados, prejudica a biodiversidade existente. É o que revelou pesquisa da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) comandada pelo professor doutor Yzel Rondom Suarez. O estudo mostrou ainda que o córrego com maior volume de poluição é o Rego D’água, contaminado com resíduos de esgoto. O mesmo acontece com o córrego Paragem. Praticamente todos os córregos da cidade estão fora dos critérios estabelecidos pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) para a conservação da biodiversidade e para o consumo humano.
A poluição, na maioria das vezes, é resultado de despejo de efluentes contaminados nos córregos – que desaguam no Rio Dourados - e alguns destes metais estão acima do considerado aceitável para os riachos urbanos.
A importância de se preservar córregos e nascentes que acabam influenciando o Rio Dourados, vai além da questão ambiental, mas da manutenção de um bem essencial à vida humana. O rio, por exemplo, é responsável por cerca de 50% das águas distribuídas para os 220 mil habitantes da cidade e outros 50% recebem água de poços, subtraídas do Aquífero Guarani.
Com informações do portal de notícias, Dourados Agora.
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