Um sargento aposentado da Polícia Militar foi preso em flagrante por lesão corporal, ameaça e maus-tratos, depois de bater no filho de 11 anos e ameaçar a esposa com uma faca, na noite desta terça-feira (7), no Bairro Tiradentes, em Campo Grande.
Quando uma equipe da PM chegou à casa da vítima, a mulher estava do lado de fora e disse que foi ameaçada de morte pelo marido. Na versão da vítima, a briga teria começado por causa de R$ 50,00 que pai deu ao filho de 11 anos. Irritado, o autor começou a bater na criança com tapas e a mãe tentou interferir, mas foi ameaçada com uma faca no pescoço.
Na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), o policial negou o crime. “Ele disse que não pegou a faca, não praticou amaça e estava apenas corrigindo o filho de uma forma um pouco mais enérgica e ela interferiu. Tomou a criança dele e, depois disso, já chamou a Polícia Militar”, segundo a delegada Joilce Ramos.
Apesar de ter negado a ameaça, a prisão em flagrante do sargento foi mantida porque, conforme a delegada, a mulher tinha uma lesão no pescoço e a criança também estava com vermelhidão no pescoço, o que indica a agressão.
O homem foi encaminhado ao Presídio Militar e ainda terá a prisão avaliada pela justiça.
A vítima já tinha um boletim de ocorrência anterior registrado contra o marido e, na ocasião, chegou a solicitar medida protetiva contra ele. Porém, voltou atrás.
A mulher relatou ainda que o marido possui uma arma particular, mas nunca a utilizou para ameaça-la. A vítima não quis solicitar medida protetiva contra o autor.
A delegada explica que são comuns situações onde a vítima relata sofrer agressões físicas e psicológicas há tempos, em silêncio.
“Elas temem pedir ajuda por dois motivos: primeiro, porque ela sabe que não vai separar e ele irá continuar em casa com uma arma e, segundo, porque têm medo de acionar a polícia e haver um protecionismo pelo fato de ser um policial . As duas situações tem amparo legal, existe uma medida protetiva que retira o porte de arma, e a mulher pode ligar, sem medo, para o 190 e 153 porque todas as chamas são gravadas e atendidas, independente de quem é o agressor”, disse Joilce.
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