Entenda o que o Brasil deve fazer para evitar o cenário de 12 dias de racionamento de água por ano
Presidente executiva do Instituto Trata Brasil comenta estudo que prevê interrupções no fornecimento de água até 2050
Cidades|Do R7
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O Brasil pode enfrentar uma média de 12 dias de racionamento de água por ano até 2050, segundo estudo do Instituto Trata Brasil, divulgado nesta terça-feira (28). No Nordeste e no Centro-Oeste, a interrupção no fornecimento pode superar 30 dias. Entre as principais causas da crise hídrica estão o calor intenso, a falta de chuva e o desperdício.
Em entrevista ao Conexão Record News, a presidente executiva do instituto, Luana Pretto, também destaca o papel do crescimento populacional no aumento da demanda por água. “A gente tem um cenário de crescimento da população nos próximos anos, de desenvolvimento da economia, de ampliação no acesso à água tratada. Tudo isso faz com que a gente precise de mais água para que as pessoas possam se desenvolver”, pontua.
Ela também aponta para os efeitos das mudanças climáticas: “De outro lado temos esse cenário de aumento da temperatura do planeta, que reduzem o volume de chuvas e consequentemente diminuem o volume de água disponível nos nossos rios”. Ela pontua que, para mitigar o cenário, é necessário que a sociedade e a indústria reduzam o volume de perdas de água.
“Hoje o Brasil consome em média 175 litros por habitante por dia. A expectativa é que a gente consuma, até 2050, 219 litros por habitante por dia. Então precisamos melhorar o tempo do banho no chuveiro, fechar a torneira no momento adequado, lavar a roupa em determinado dia da semana”, diz.
Só em 2023, mais de 7 bilhões de m³ de água tratada foram desperdiçados — um volume suficiente para atender toda a demanda extra prevista para as próximas décadas. O levantamento ainda apontou que a demanda por água tratada no país deve crescer 59% nas próximas duas décadas.
“Nós precisamos também que a indústria esteja preparada para essa realidade. Hoje a agricultura consome um volume muito grande de água dos rios. Nós precisamos cada vez mais usar a tecnologia para que esse consumo seja eficiente e também enfim, todo o setor produtivo que depende de água precisa buscar essa eficiência”, conclui.
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