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Assassinato de Milena Gottardi: "Querem bagunçar o caso", diz advogado da família

Renan Sales, assistente de acusação, diz que liminar que suspendeu o julgamento dos réus não se sustenta tecnicamente

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"Querem bagunçar e protelar o caso", critica o advogado e assistente de acusação Renan Sales, que representa a família da médica assassinada Milena Gottardi. Ele opinou sobre a liminar que suspendeu o julgamento dos seis acusados pelo crime. Na última sexta-feira (26), a pedido da defesa de Hilário Antonio Fiorot Frasson, ex-marido de Milena, o desembargador Sérgio Luiz Teixeira Gama deferiu uma liminar, em caráter provisório, suspendendo o julgamento marcado para o dia 8 de março, até que seja julgado um pedido de desaforamento. 

O desaforamento é a transferência do julgamento de um crime doloso contra a vida para outro local. No pedido, a defesa do réu alegou que a imparcialidade dos jurados estaria comprometida diante da grande repercussão midiática e social do caso. 

"Recebi a notícia ontem (sexta-feira, dia 26) no final do dia. Em que pese respeitar a autoridade de quem a proferiu, eu não concordo com o conteúdo. Quero crer que é ´só um ato de cautela. De modo que o Tribunal de Justiça, ao julgar o mérito desse pedido, vai manter o julgamento na comarca de Vitória", declarou. 

Na avaliação do advogado, o pedido não se sustenta tecnicamente já que o crime foi cometido em Vitória. "Sinceramente, esse pedido é mais um ato de desespero do réu Hilário, diante da robustez do conjunto probatório que o indica como um dos mandantes de ter matado sua ex-esposa e mãe de suas filhas", acrescentou.

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O mérito do pedido, segundo Sales, deve ser julgado no dia 8 de março.

A reportagem tentou contato com a defesa de Hilário Frasson mas não houve retorno. O espaço está aberto para manifestação do posicionamento.

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Assassinato

A oncologista Milena Gottardi foi baleada na cabeça quando saía do Hospital das Clínicas, no bairro Maruípe, em Vitória, no dia 14 de setembro de 2017. Ela foi socorrida, mas não resistiu aos ferimentos e teve morte cerebral. A médica morreu aos 38 anos e deixou duas filhas. 

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Inicialmente, a polícia suspeitou de uma tentativa de assalto, mas as investigações apontaram para um crime encomendado, cujos mandantes eram o então marido da médica, o ex-policial civil Hilário Frasson, e o pai dele, Esperidião Frasson.

Ainda de acordo com as investigações, o assassinato teve dois intermediários: Valcir da Silva Dias e Hermenegildo Palauro Filho. Eles, por sua vez, teriam feito a ponte entre os mandantes e os acusados de serem os executores, Dionatas Alves Vieira, o atirador, e Bruno Rodrigues Broetto, primo de Dionatas, que teria roubado a moto para a execução do crime.

Demissão da PCES

Na época do assassinato da médica, Hilário Frasson pertencia aos quadros da Polícia Civil do Espírito Santo. Por causa do crime, um procedimento interno foi instaurado contra Hilário Frasson, que resultou na expulsão dele da corporação.

O decreto estadual que oficializou a demissão de Hilário Frasson da PCES foi publicado no Diário Oficial do dia 14 de setembro do ano passado. De acordo com o decreto, assinado pelo governador Renato Casagrande, o ex-policial também não poderá exercer qualquer função no funcionalismo público por dez anos.

Mesmo preso e sem trabalhar, Hilário continuava recebendo salário em função de seu cargo na PCES. De acordo com o portal da transparência, em agosto de 2020, o ex-policial civil recebeu salário líquido de mais de R$ 4,5 mil.

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