Os homens estão cada vez mais preocupados com a estética. A mudança de comportamento vem modificando o mercado, que investe cada vez mais nesse público alvo. Apenas no quesito cirurgia plástica, o número de pacientes do sexo masculino cresceu de 5% para 30% nos últimos cinco anos, segundo dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).
Por outro ângulo, os homens representam 30% dos pacientes de clínicas estéticas segundo outro levantamento, desta vez realizado pela Associação Brasileira de Clínicas e Spas (ABC Spas). O biomédico esteta e professor Dr. Thiago Martins, estima que a procura desse público deve duplicar nos próximos anos.
“Os homens estão aprendendo a olhar cada vez mais para si, assim como têm buscado mecanismos para trabalhar a autoestima, tirando aquele preconceito de que só as mulheres que se cuidam e procuram intervenções estéticas. Nossa cultura está mudando e o se cuidar se tornou uma questão que ultrapassa gênero”, aponta o especialista.
Na clínica do Dr. Thiago, o cenário é ainda mais abrangente: quase 70% dos pacientes são homens. “Antes, boa parte dessas pessoas tinham receio em procurar profissionais, em especial porque fazer procedimentos estéticos confrontava, socialmente, a masculinidade”, elucida o biomédico.
De acordo com o biomédico, a mudança de comportamento social e principalmente os debates e quebras de antigas regras sociais de “homem faz isso e mulher faz aquilo”, tem contribuído para a maior vaidade dos homens. “Os homens estão mais atentos ao envelhecimento, assim como tendem a buscar procedimentos minimamente invasivos para ganhar o aspecto de alguns anos a menos”, comenta Dr. Thiago Martins.
Entre os procedimentos mais procurados pelos homens está o preenchimento facial com ácido hialurônico e aplicação de botox. “O aperfeiçoamento das técnicas de melhoramento do rosto sem necessidade de cirurgia é outro ponto que chama a atenção deles. Nesses procedimentos, por exemplo, é possível obter bons resultados, mas com mudanças sutis e naturais, aspectos que eles gostam mais”, garante.
O padrão também é questionado pelos homens, que preferem valorizar os traços ao invés de modificá-los. “Recentemente, muito se falou sobre a desarmonização facial. No caso dos homens, muitos dos casos vieram pelo ideal de que um rosto masculino agradável precisava de um queixo quadrado, mandíbula mais marcada. Apesar disso, parte deles também é o contraponto de não quererem transformações, mas valorização”, diz o Dr. Thiago Martins.
Porém, além dos cuidados com a face, eles se preocupam ainda mais com o visual corporal, sendo tratamentos para redução de gordura abdominal e flancos alguns dos preferidos do público masculino. O biomédico aponta ainda uma vantagem: os homens conseguem em tratamentos corporais um resultado com menos sessões, ou seja, mais rápidos que em mulheres.