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Com a pandemia, empresas adotam mudanças permanentes na rotina de trabalho

O home office é apenas uma das mudanças observadas no comportamento das organizações pós-pandemia

Folha Vitória|

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A pandemia do novo coronavírus trouxe uma série de desafios para toda a sociedade. O mercado de trabalho foi um dos setores que sofreu um dos maiores impactos provocados pela doença. Milhões de brasileiros ficaram desempregados ou tiveram cortes nos salários. 

Para se manter de portas abertas, as empresas precisaram de adaptar ao novo mercado. De repente, até as tarefas mais simples como comprar mantimentos ou um expediente de trabalho mudaram completamente. “A pandemia veio de surpresa, um dia eu estava no escritório e, no outro, em casa”, conta o analista comercial Aleyson Gave da Silva. 

Desde o início da pandemia, as empresas precisaram se adaptar ao trabalho remoto e criar alternativas para as reuniões e visitas aos clientes, que antes eram frequentes. Nesse novo contexto, ferramentas como aplicativos de delivery e plataformas de videoconferência experimentaram um crescimento astronômico em apenas alguns meses.

O aplicativo Ifood, bateu a marca de 39 milhões de pedidos mensais durante a pandemia. Já o Zoom, principal concorrente do veterano Skype, e praticamente desconhecido antes da pandemia, revelou aos acionistas em junho um crescimento de 169% de receita em comparação ao mesmo período do ano passado, atingindo US$ 328,2 milhões de dólares, o que levanta o debate: será que esse sucesso é passageiro?

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Para o empresário Antonio Toledo, CEO da Timenow, não! “O corona está acelerando uma série de transformações que já estavam acontecendo”. Segundo ele essas mudanças têm sido extremamente produtivas, mas é preciso ficar atento para não prejudicar a qualidade do trabalho e os vínculos construídos. Ele conta que, internamente, já existia um plano antes da pandemia para flexibilizar a jornada de trabalho dos colaboradores a médio prazo: “quando tudo aconteceu, já sabíamos o que fazer. Isso foi ótimo porque implementar um modelo de home office sério e eficiente exige muito planejamento e mapeamento”, pontua.

Home office = isolamento?

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Aleyson conta que, no início, a mudança para o home office foi um desafio. “No escritório, era parte da rotina resolver pequenas questões e colaborar em projetos. Em casa, não dava mais para ‘ir na mesa ao lado’ para tirar uma dúvida ou pedir uma sugestão”. 

A também analista comercial e colega de Aleyson, Priscila Britto, concorda. “Nunca tinha trabalhado de home office, minha apreensão era com a fluidez na comunicação”.

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Bianca Martins, psicóloga, explica que o ser humano é por constituição gregário. "Isso quer dizer que os sujeitos têm necessidade de compartilhar suas experiências, suas vivências e seu ofícios com outros". Além disso, ela destaca que estar no coletivo amplia as formas do indivíduo de ver o mundo, de resolver problemas e a criatividade. Para ela, a forma de reduzir os impactos negativos é promover a socialização.

Para ajudar a equipe a se adaptar aos novos modelos, a gerente de RH Pollyana Vilanova conta que a empresa investiu na elaboração de várias ações que hoje já estão incorporadas à rotina. “Todos estão por dentro do que acontece na empresa e esse acolhimento gera engajamento e um aumento na produtividade”, conta Pollyana.

Direitos do trabalhador remoto

As facilidades e o aumento na produtividade são confirmados por Priscila, que comenta que é preciso ter organização para trabalhar de casa e evitar os extremos. “Se a gente não se policiar, continuamos trabalhando independente do horário, não atentando para o descanso”. 

Apesar da recente popularidade, questões como horas extras, infraestrutura e saúde mental no home office não são uma novidade para as empresas brasileiras, pelo menos desde 2017 com a melhor regulamentação pela Reforma Trabalhista.

A advogada trabalhista Luiza Baleeiro, explica o chamado Direito à Desconexão do Trabalho, que aborda a delimitação entre os espaços e horários de trabalho e pessoal. “O que a gente tem visto é que acontece a confusão entre os espaços, isso pode trazer diversas consequências, entre elas o cansaço mental e físico que contribuem para o desenvolvimento de enfermidades que podem ser enquadradas como doenças ocupacionais, analisando-se, é claro, caso a caso”. 

A advogada conclui ainda que é dever do empregador orientar ostensivamente quanto às práticas e regras da empresa, que devem estar de acordo com a legislação”.

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