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Combate à pandemia vai deixar legado na saúde e infraestrutura da Serra

A UPA de Castelândia foi reestruturada, hoje é referência para o tratamento da covid-19. No pós-pandemia será referência para outras doenças

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Quando uma pandemia causa quase 100 mil mortes no Brasil e interrompe a vida de mais de 2.600 capixabas, fica difícil avaliar a possibilidade dessa realidade indicar um cenário de esperança e recomeço para a população do Espírito Santo. O enfrentamento à covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus, exigiu, no entanto, investimentos em equipamentos, contratação de profissionais de saúde e abertura de novos leitos nos hospitais, que ficarão como legado para municípios e sociedade.

No momento em que o combate ao vírus for encerrado, essas e outras medidas adotadas por prefeituras devem marcar o início de uma nova realidade no sistema de saúde público. A revolução provocada no comportamento da sociedade com a adoção do distanciamento social e novas práticas de higiene, por exemplo, será incrementada por um legado que deverá ser ofertado nos serviços de saúde.

"Houve melhoria da infraestrutura e na qualidade da saúde pública em diversas cidades, como aquisição de novos equipamentos e mais profissionais de saúde contratados e que vão ficar. Mas há mudanças que precisaremos fazer no sistema como um todo. O que a pandemia deixará certamente como legado é uma melhora na articulação da atenção básica, do sistema de urgência e emergência e da rede hospitalar", afirmou a epidemiologista e especialista em Gestão Pública em Saúde, Ethel Maciel. 

Para Ethel, uma lição que o país deve levar da pandemia é como definir novas políticas públicas no pós-crise. "O momento é de fortalecer a atenção primária, fortalecer do ponto de vista dos repasses financeiros, para que novas equipes possam ser contratadas, adequações continuem sendo realizadas. A pandemia nos ensinou principalmente a conexão que existe entre nós. Não adianta eu ter um bom acesso à saúde se quem está do meu lado não tem. Isso vai, acima de tudo, da importância da saúde pública equipada, estruturada, porque o que acontece com o outro me afeta, e se ele não tem acesso à saúde, posso ser contaminado", explicou. 

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Legado na saúde

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Maior Unidade de Pronto-Atendimento do Espírito Santo, a UPA de Castelândia é um reflexo positivo que a pandemia vai deixar no município da Serra. Em maio deste ano, a unidade, uma das três do município, se tornou referência para tratamento da covid-19. De lá pra cá, já realizou mais de 13 mil atendimentos.

"A UPA de Castelândia é uma das poucas do país que foram transformadas em referência para tratamento da doença. Nós reestruturamos, fizemos adequações físicas, aumentamos os leitos, compramos equipamentos, respiradores. Esse investimento da administração municipal deu um respaldo enorme no combate à pandemia no estado. Mais do que investir, nós investimos com qualidade, de modo a deixar um legado na área da saúde para o cidadão", afirmou o secretário de Saúde da Serra, Alexandre Viana.

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Na recepção da UPA, medidas foram adotadas para evitar a disseminação do novo coronavírus. Tem sempre álcool em gel à disposição, assentos foram separados para pacientes com sintomas de síndrome gripal e os funcionários trabalham todos paramentados. Segundo o secretário de saúde do município, investimento que ficará principalmente para a atenção primária à saúde.

"Nós ampliamos o número de médicos no atendimento nas unidades. Essa atenção básica, em muitos casos, evitou o agravamento da doença. Também ampliamos o horário de atendimento, contratamos mais profissionais de saúde", frisou o secretário.

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Outro investimento realizado pelo município que irá permanecer no pós-pandemia é o serviço de Telemedicina. "Realizamos uma busca ativa aos pacientes confirmados ou com suspeitas da covid-19, monitorando toda a evolução da doença. Foram mais de dois mil atendimentos com médicos, dentistas e enfermeiros. É uma modalidade que veio pra ficar, não tem como retroagir. Vai ficar um legado e vamos trabalhar para ampliar", afirmou.

Outro investimento do município é a construção do Hospital Materno Infantil, localizado em Colina de Laranjeiras. Durante a pandemia, o andamento da obra seguiu em ritmo acelerado. Com investimento de cerca de R$ 60 milhões, o hospital está em fase final de construção e vai ter capacidade para atender 8.700 gestantes e realizar 725 partos por mês. O hospital terá 176 leitos de UTI e enfermaria. 

“É a maior obra pública de um município nos últimos anos, fruto de um legado que vamos deixar para a saúde. A maternidade vai atender as crianças e mães da Serra, mas também estará com portas abertas para a população de toda a Grande Vitória e do interior”, ressaltou o prefeito Audifax Barcelos.

Infraestrutura e mobilidade

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Com investimento em cerca de R$ 40 milhões, a construção da Rotatória do Ó, que fica nas proximidades do hospital Dório Silva, foi iniciada essa semana. As intervenções na região devem melhorar a mobilidade de quatro mil motoristas que circulam por hora na região de Parque Residencial Laranjeiras. De acordo com a prefeitura, serão construídos três mergulhões no local, que é palco de constante engarrafamentos e acidentes. O projeto prevê, ainda, a construção de um estacionamento público, uma praça e uma pista de skate, na parte central da rotatória que, hoje, é um terreno vazio.

Entrevista com o prefeito da Serra, Audifax Barcelos:

"Eu costumo falar que essa será a principal obra de infraestrutura no Espírito Santo. Nós não temos no estado nenhuma obra com passagens inferiores. Essa obra vai diminuir todo o trânsito da região do Hospital Dório Silva, do Hospital Jayme Santos Neves, pólo industrial de Civit II, entre outras vias. A obra está iniciada, todo o valor para o custeio já está garantido, parceria que buscamos junto ao governo federal. Acredito que toda a obra, seja a parte de infraestrutura e de lazer, esteja pronta daqui a dois anos", diz Audifax. 

Confira mais informações da construção da Rotatória do Ó:

Investimento: cerca de R$ 40 milhões

Extensão da obra: 2,7 km

Detalhamento do projeto:

– Faixa exclusiva de ônibus terá extensão de 2,2 km, sendo 1,2 km do Terminal de Laranjeiras até a rotatória e 1 km da rotatória do Ó à rotatória em frente à empresa Viminas;

– A Av. Copacabana será duplicada, com inclusão de calçada e ciclovia no trecho entre a entrada de Morada de Laranjeiras e a rotatória, com extensão de 500 metros;

– A entrada da Eudes Scherrer para a rotatória terá cinco pistas, sendo duas exclusivas para transportes coletivos e três para tráfego regular;

– A saída para a Av. Talma Rodrigues Ribeiro terá quatro pistas, sendo duas exclusivas para transportes coletivos e duas para tráfego regular;

– A saída para as avenidas Copacabana e Paulo Pereira Gomes terá duas pistas e, ao final da obra, serão três pistas em cada sentido;

– Haverá, ainda, um estacionamento público, uma praça e uma pista de skate, na parte central da rotatória que, hoje, é um terreno vazio.

Cidades - O novo normal

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O novo coronavírus alterou — e continua alterando — as relações pessoais e profissionais durante meses. Agora, a sociedade começa a se preparar para o período pós-pandemia: o 'novo normal'. Trabalhos estão sendo desenvolvidos pelo poder público e por iniciativas privadas para que as pessoas possam se adaptar a uma nova forma de viver.

A série de reportagens "Cidades - O Novo Normal" traz uma abordagem sobre o novo normal na Saúde, Tecnologia, Mobilidade e nos espaços públicos, além de falar sobre as novas relações de consumo e convivência.

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