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Delegado diz que Esperidião já tinha tentado matar Milena Gottardi em outra ocasião

A informação foi dada pelo delegado Janderson Lube, durante depoimento nesta quarta-feira, no júri do seis acusados de envolvimento no crime

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Acusado de ser um dos mandantes do assassinato da médica Milena Gottardi, em setembro de 2017, o ex-sogro da vítima, Esperidião Frasson, teria tentando matar a vítima em uma outra ocasião. A informação foi dada pelo delegado de Polícia Civil Janderson Lube, durante depoimento nesta quarta-feira (25), no júri do seis acusados de envolvimento no crime.

Segundo o delegado, a informação foi obtida por meio do depoimento dado na época por Valcir da Silva Dias, acusado de ser um dos intermediadores do crime. Segundo o delegado, Esperidião não aceitava a separação de Milena e do filho dele, o ex-policial civil Hilário Frasson, por ter ajudado a médica financeiramente enquanto ela estava em São Paulo fazendo seu curso de residência.

Janderson Lube também disse que chamaram a sua atenção, durante as investigações, as ligações telefônicas feitas entre os réus na véspera e no dia do assassinato de Milena.

Também surpreenderam as pesquisas em sites pornográficos feitas por Hilário cerca de 48 horas depois da morte da ex-esposa. Segundo Lube, ele procurava principalmente pelos termos "esposa" e "loirinha"

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O delegado ainda estranhou o fato de Hilário ter feito uma escala especial de trabalho na Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) após o crime. Ele entendeu o ato como se o acusado quisesse estar nas equipes de plantão para entender a dinâmica das investigações sobre homicídios.

Leia também: Hilário pediu ajuda a juízes durante processo de separação com Milena, diz delegado

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Bruno sabia que moto seria usada em crime

O delegado também narrou o envolvimento de cada um dos seis réus no crime, dando respaldo à denúncia do Ministério Público Estadual (MPES).

Segundo ele, Bruno Rodrigues Broetto forneceu a moto utilizada por Dionathas Alves Vieira assassinar a médica. Os dois são cunhados. De acordo com o delegado, Bruno sabia que o veículo seria utilizada em um homicídio, mas não sabia quem era a vítima.

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Dionathas confessou que atirou em Milena e admitiu ter mantido contato com Valcir e Hermenegildo Palauro, outro acusado de intermediar o crime. A quebra do sigilo telefônico foi fundamental para colocá-lo no local do crime.

O advogado Leonardo da Rocha Souza, responsável pelas defesas de Dhionatas e Bruno, falou sobre a importância do depoimento do delegado responsável pelo caso para esclarecer alguns fatos.

"Ele disse o que o levou a indiciar todas essas pessoas para que todos os senhores jurados, que não tiveram acesso a 16 volumes de processo, quase 5 mil páginas, tenham condições de ouvi-lo e formar a sua convicção", afirmou.

Ainda segundo o delegado, Hermenegildo teria escondido em um fazenda dele a moto usada no crime. Além disso, trocou mensagens de áudio com Valcir depois da prisão de Esperidião, e forneceu a arma usada por Dionathas.

Janderson Lube disse também que Valcir tinha um histórico de ligações telefônicas entre os réus. A quebra do sigilo telefônico colocou ele no local do crime. Segundo o delegado, provavelmente para apontar qual era o carro de Milena para Dionathas.

Hilário ligou para Milena para saber onde ela estava

As investigações apontaram ainda que Esperidião tinha ligação próxima com Valcir e Hermenegildo. Janderson Lube afirmou no depoimento que, motivado pelo ódio da separação entre Milena e Hilário, Esperidião teria planejado o crime em conjunto com os réus.

Segundo o delegado Hilário ficou responsável de fazer contato com Milena no dia do crime. Em seguida, comunicou ao pai onde ela estava. Esperidião, por sua vez, ligou para Valcir e repassou a informação.

De acordo com a testemunha, contra Hilário pesa o fato de ter ligado para o pai informando onde Milena estava pouco antes do crime, e de ter deletado o telefone de Valcir da agenda um dia antes.

Delegado diz que Hilário odiava Milena e causa tumulto

Em um fato curioso, a sessão precisou ser suspensa por cerca de dez minutos depois de um bate-boca entre os advogados. Ele foi causado por uma fala da testemunha, que apontou para Hilário e disse que ele odiava Milena.

"Esses depoimentos confirmam toda a prova produzida no processo, que o acusado Hilário e seu pai contrataram os demais réus de modo a ceifar a vida de Milena. Hilário não aceitava, de forma nenhuma, o fim do casamento. Era um sociopata que não queria perder o seu 'objeto', de que achava que tinha posse. Em razão disso, em razão da manifestação de Milena em se divorciar, foi tramado todo esse cenário de horror que acabou com a vida dela", afirmou o advogado da família de Milena e assistente de acusação, Renan Salles.

Durante o depoimento do delegado, Hilário permaneceu fazendo anotações. O mesmo foi feito por ele nas oitivas desta terça-feira (24). O juiz que preside o julgamento esclareceu que este é um direito garantido, como uma forma de comunicação entre réu e defesa.

Família de Milena acompanha o júri

O tio de Milena, Geraldo Gottardi, esteve no salão do júri e disse que ficou impressionado com alguns momentos do depoimento do delegado.

"Fez um trabalho muito bom e rapidinho conseguiram prender todo mundo. E com provas, ele falou. Com certeza, quando ele recolheu o pessoal, foi com consciência de que eles não iriam sair", destacou.

Até agora, a mãe de Milena, Zilca Gottardi Tonini, esteve presente em todos os dias de julgamento, apesar de ter acompanhado apenas um depoimento.

"Por coincidência, eu entrei com minha sobrinha. Quando nós entramos e sentamos, eu vi que era minha sobrinha que ia fazer o depoimento. Falei 'tenho que ficar para dar força a ela'. Ela olhou, me viu e eu fiquei lá assistindo o depoimento dela. Ela é maravilhosa! Tem um depoimento forte, firme. Sabe de tudo, desde o começo. As duas sempre viveram juntas", afirmou.

Zilca disse ressaltou ainda que faz questão de acompanhar o júri de perto. "Eu venho aqui todos os dias. De noite eu chego cansada, mas no outro dia eu estou uma beleza para vir para cá. Acho que estou forte, não estou? Estou, porque eu quero vir para cá, para que eles saibam que nós estamos aqui".

Nesta quarta-feira também estiveram acompanhando os depoimentos familiares de Valcir, Hermenegildo, Dionathas e Bruno. Apenas familiares de Hilário e Esperidião ainda não compareceram.

Testemunhas de defesa começam a ser ouvidas

Nos próximos dias, serão ouvidas as testemunhas de defesa, além de Douglas, última testemunha de acusação

Esperidião Frasson dispensou uma das testemunhas, Dionathas Alves Vieira também dispensou uma e Bruno Rodrigues dispensou duas.

Com isso, ao todo, 15 testemunhas de defesa devem prestar depoimento. Algumas falarão por meio de videoconferência, o que vai acontecer pela primeira vez num júri aqui no plenário de Vitória.

Nos dois primeiros dias de julgamento, oito testemunhas prestaram depoimento, todas de acusação.

Com informações do repórter Álvaro Zanotti, da TV Vitória/Record TV 

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