Na manhã desta segunda-feira (12) familiares estiveram no Departamento Médico Legal, em Vitória, para fazer o reconhecimento e buscar o corpo de Kátia Maria Matos Louzada, de 49 anos, que foi assassinada com um tiro no rosto, na noite de domingo (11), no bairro Jardim da Penha, em Vitória.
O principal suspeito, o marido de Kátia e cabo da polícia militar Márcio Borges Ferreira foi preso em flagrante. No DML, os familiares da vítima encontraram com o policial e houve discussão entre eles.
Kátia foi assassinada dentro do apartamento onde morava com a filha, de 10 anos e o companheiro. De acordo com os familiares, o apartamento onde o crime aconteceu foi um presente do pai da vítima.
A preocupação dos parentes agora é o futuro da filha de Kátia, uma menina de 10 anos. Com a mãe morta, e o pai na prisão, eles não sabem com quem a criança ficará.
"Os avós estão em fase terminal. A mãe da vítima está acamada. O avô está em uma situação muito difícil com câncer. Todo mundo doente. Agora, com quem a menina vai ficar? O pai deixou a menina de 10 anos. O que o cidadão fez com a filha dele? A mãe morreu, e agora a menina não tem ninguém," disse um familiar.
Kátia era professora da Rede Municipal da Serra. Trabalhava com o ensino fundamental e também dava aula no Centro Municipal de Educação Infantil, em Central Carapina. Ainda segundo parentes, Kátia era uma mulher batalhadora e ajudava a cuidar dos pais que estão doentes. Todo o dinheiro que ganhava como professora, era investido para melhorar a vida dela e da filha de dez anos.
Segundo um familiar, o suspeito disse que a morte de Kátia, foi um suicídio. "Ele alegou que foi suicídio, mas em hipótese alguma isso é cabível. Todo mundo viu, todos os vizinhos ouviram a discussão, e essa não é a primeira vez. Houve várias outras tentativas e a de ontem foi fatal," disse um familiar.
A arma utilizada pelo militar foi apreendida e a PM aguarda a solicitação da Polícia Civil para realizar a perícia. A Corregedoria da Polícia Militar aguarda o envio da cópia do auto de prisão em flagrante, feito pela Polícia Civil, para verificar qual procedimento administrativo cabe ser instaurado.
Em nota, a Polícia Civil informou que o militar foi conduzido ao Plantão Especializado da Mulher (PEM) e autuado em flagrante por homicídio qualificado por motivo fútil, recurso que impossibilitou a defesa da vítima e em razão de ser praticado contra mulher em contexto de violência doméstica e familiar, majorado por ter sido praticado na presença da filha da vítima. Ele ficará preso no presídio da PM, em Maruípe.