Folha Vitória
Folha VitóriaO Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) tem 20 dias para esclarecer os motivos da demora para a análise do pedido de concessão de licença ambiental referente à duplicação de parte do trecho norte da BR-101 no Espírito Santo. A recomendação foi encaminhada à autarquia pelo Ministério Público Federal no Espírito Santo (MPF-ES).
De acordo com o MPF-ES, já são mais de seis anos de trâmite da solicitação da licença ambiental. Para o órgão ministerial, isso é uma “afronta aos regramentos normativos específicos - artigo 14, da Resolução nº 237/1997 do Conama - e aos Princípios Constitucionais da Eficiência e Moralidade (art. 37, da CF) que asseguram a celeridade de sua tramitação e duração razoável”.
O MPF deu prazo de 20 dias corridos para que o Ibama explique a demora na conclusão do processo de licenciamento ambiental. Segundo o procurador da República André Pimentel Filho, autor da recomendação, a autoridade ambiental “não tem permissão para adiar, de modo indefinido, a conclusão de procedimento administrativo em questão, ignorando a realidade existente e o interesse público na célere implementação das melhorias projetadas para parte do trecho Norte da BR 101 e contratadas pela União”.
Pimentel Filho frisa que, ainda que existam dificuldades, fora a área da Reserva Biológica de Sooretama, trata-se de área de uma Rodovia Federal que tem o mesmo traçado há décadas (desde 1950), “razão pela qual causa espanto a demora e a solicitação de mais estudos”.
O procurador complementa que “mais grave do que desconsiderar os referidos aspectos é adotar postura que trata a licença em questão como de interesse exclusivo do empreendedor não sopesando as graves consequências que o impedimento administrativo-ambiental representa para os usuários da rodovia. Não é exagero registrar que a ausência de duplicação de trechos produz, diariamente, mortes que seriam evitáveis”.
A reportagem do Jornal Online Folha Vitória entrou em contato com o Ibama, para saber se a autarquia já foi notificada pelo MPF-ES e se irá cumprir o prazo estabelecido pelo órgão ministerial para esclarecer os motivos da demora na análise. No entanto, até o momento, não houve resposta. Assim que um posicionamento for encaminhado, a reportagem será atualizada.