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Menina de 10 anos vítima de estupro aguarda ordem judicial para voltar a São Mateus

A enfermeira que cuida da criança conta que ela já está mais alegre do que quando chegou ao hospital onde está internada, em Recife (PE), para realizar o procedimento de interrupção da gravidez

Folha Vitória|

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A menina de 10 anos que engravidou após sofrer abusos sexuais em São Mateus, no norte do Estado, continua internada em um hospital de Recife, em Pernambuco, onde passou por um procedimento para interromper a gestação. O aborto, autorizado pela Justiça, foi concluído na última segunda-feira (17).

Segundo os médicos que atenderam a menina, ela passa bem e aguarda uma ordem judicial para que o retorno ao Espírito Santo seja feita em segurança. A enfermeira que cuida da criança, conta que ela já está mais alegre do que quando chegou à unidade de saúde.

"A menina hoje se encontra já bem de saúde, bastante esperta, alegre e interagindo muito bem, se a gente comparar com o momento da chegada dela, quando a gente a recebeu muito quieta, muito calada", contou a enfermeira.

No meio de tantos conflitos, a mobilização de algumas pessoas vem tornando a vida da menina menos hostil. Nos últimos dias, a criança tem recebido muitos presentes, como roupas, sapados, flores e brinquedos.

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"Ela tem recebido cada um com um carinho muito especial. Ela está conseguindo interagir. A gente tem procurado proporcionar um momento de maior conforto e segurança para ela, para que ela possa esquecer um pouco toda essa turbulência que ela passou. Nesse momento a gente pode dizer que ela está feliz", ressaltou;

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O caso que chocou o Espírito Santo e todo o Brasil se tornou público depois que a menina deu entrada no Hospital Roberto Silvares, em São Mateus, se sentindo mal. Enfermeiros perceberam que a garota estava com a barriga estufada, pediram exames e detectaram que ela estava grávida de cerca de três meses.

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Em conversa com médicos e com a tia que a acompanhava, a criança relatou que o tio a estuprava desde os 6 anos. Ela disse que não havia contado aos familiares porque tinha medo, pois ele a ameaçava.

O médico Olímpio Barbosa de Morais Filho, que realizou o procedimento médico para interromper a gravidez da criança, afirmou que a menina está bem. "Sequela física, se tudo correr bem, não terá nenhuma. Ela precisa de ajuda em relação a saúde mental porque é uma criança que sofreu violência", afirmou o médico em entrevista a TV Vitória/Record TV na segunda-feira (17).

Questionado sobre o motivo do procedimento não ter sido realizado no Espírito Santo, o médico falou sobre a experiência em casos como esse. "Talvez uns anos atrás, o procedimento poderia nem ter sido realizado no Recife. A gente vai adquirindo experiência sobre como proceder. Já tivemos protocolos que permitiam o procedimento com 20 semanas de gestação. Hoje, com o apoio jurídico, entendemos que a norma técnica não é maior do que a lei", explicou.

O entendimento, no entanto, não foi esse quando a menina foi encaminhada para o Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes (Hucam), o Hospital das Clínicas, em Vitória, na última sexta-feira (14). A direção da unidade hospitalar se recusou a realizar a interrupção da gravidez.

Em pronunciamento realizado na tarde de segunda-feira, a superintendente do Hucam, Rita Checon, garantiu que o motivo da recusa foi estritamente técnico. Segundo a superintendente, o tempo de gestação e o peso do feto estavam fora do limite estabelecido por uma nota técnica do Ministério da Saúde, que é seguido pelo Programa de Atendimento às Vítimas de Violência Sexual (Pavivis) para a realização desse atendimento.

"Essa criança passou por uma avaliação médica, feita por um ginecologista, e foi feito também o diagnóstico por imagem. Os dados do ultrassom mostraram que já era uma gestação de 22 semanas e quatro dias, e o peso fetal era de 537 gramas. E a nota técnica do Ministério da Saúde deixa claro o que é considerado um abortamento. Ele é considerado se a gravidez está em um limite de 20 a 22 semanas e se tem o peso fetal de 500 gramas. Então essa criança estava um pouco acima desse ponto de corte que é dado pelo Ministério da Saúde", justificou.

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