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Não existe fórmula mágica: combate à obesidade requer atenção multidisciplinar

Especialistas alertam sobre a importância de atuar contra o excesso de peso, um dos principais fatores causadores da doença

Folha Vitória|

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Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) indicam que o percentual da população brasileira com mais de 20 anos considerada obesa mais que dobrou entre 2003 e 2019.

O número assusta quando pensamos nos perigos decorrentes do excesso de peso. Considerada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) como uma doença crônica, a obesidade está entre os principais fatores de risco para diversas doenças cardiovasculares, diferentes tipos de cânceres e diabetes, além estar associado à redução da expectativa de vida.

Dr. Ivan Sandoval, cirurgião geral e responsável pelo Centro de Tratamento da Obesidade do Hospital São Camilo de São Paulo, explica que a obesidade é uma doença do metabolismo que acarreta muita facilidade em ganhar peso. “Bons hábitos, estilo de vida saudável, em alguns casos não são suficientes para resolver a questão, porém são parte fundamental em qualquer tratamento de obesidade”.

Ele ressalta que a doença é multifatorial e, por isso, seu tratamento deve ser conduzido por uma equipe formada por vários especialistas. “Embora o mercado esteja cheio de promessas de soluções rápidas, essas medidas são ilusórias e não trazem resultados positivos”, alerta.

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Para o médico, um dos principais riscos de apostar em produtos ou tratamentos isolados é a ineficácia em médio e longo prazo, que pode causar complicações ainda maiores à saúde física e mental.

“Uma pessoa obesa pode até conseguir emagrecer rapidamente dessa forma. No entanto, não há garantias de que a perda de peso ocorreu de maneira saudável, nem mesmo de que o resultado será mantido. Na grande maioria das vezes, a pessoa volta a ganhar peso pouco tempo depois”, destaca.

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Assim aconteceu com a paciente Karla Cristina Singi Morales, 44, que conta ter tido problemas com a balança desde criança. “Eu tentei de tudo, tomei remédios, fiz várias dietas e até tentei mudar minha alimentação, mas sempre voltava a engordar e ficava cada vez mais frustrada”, lembra.

Segundo o especialista, o paciente que está com excesso de peso necessita de acompanhamento multidisciplinar e tratamento contínuo, assim como qualquer outra doença crônica. “Não devemos culpar ou discriminar o paciente, mas sim incentivá-lo a participar de todo esse processo, incluindo essas mudanças na rotina do dia a dia. Caso isso não seja feito, haverá grande chance de ganho ou reganho de peso.”

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Karla chegou ao Centro de Tratamento da Obesidade com 99 kg, excesso de peso que estava prejudicando sua saúde, associada a um histórico de doenças cardíacas. “Além da saúde física, eu estava deprimida, já não tinha vontade de me arrumar e de me olhar no espelho.”

Por isso, além de levar em conta a história do paciente para identificação das causas do problema, um programa eficaz de tratamento da obesidade envolve abordagem nutricional e psicológica durante todo o processo, podendo estar associado a outras medidas, como uso de medicamentos, intervenções com balão intragástrico, gastroplastia endoscópica ou cirurgia bariátrica.

“Cada uma destas intervenções possui riscos e benefícios, que devem ser avaliados caso a caso em conjunto por profissionais de diferentes áreas”, explica o médico, reforçando a importância de contar com um centro integrado de tratamento para que o paciente receba o suporte que necessita para um emagrecimento saudável.

Karla, que realizou uma cirurgia bariátrica, segue fazendo o acompanhamento para a manutenção do novo estilo de vida. “O suporte da equipe integrada está fazendo toda a diferença para mim. Hoje estou com 64 kg, sou muito mais saudável e muito mais feliz”, comemora.

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