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Obesidade e doenças oculares: sobrepeso pode aumentar chances de problemas de visão

Pesquisa mostra que 61,7 dos adultos estão acima do peso e mais propícios a desenvolverem doenças nos olhos

Folha Vitória|

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Além dos desafios provocados pela pandemia do novo coronavírus, médicos e cientistas já vem buscando entender e desenvolver mecanismos para frear outra epidemia: da obesidade e sobrepeso. 

A Pesquisa Nacional de Saúde referente ao ano de 2019 divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que, a partir dos 20 anos, 61,7% dos brasileiros estão acima do peso. Nos últimos 10 anos o percentual de mulheres com sobrepeso passou de 51,1% para 63%. 

Quando se observa os números da obesidade, outra preocupação: nas mulheres, os dados apontam um crescimento superior a 50%, saltando de 18% para 30,2%. No mesmo período o número de homens acima do peso passou de 51,8% para 60% e a obesidade subiu de 13,1% para 22,8% entre eles.

Os números acendem um alerta: É preciso cuidar da saúde! O que pouca gente sabe é que, além dos problemas gerados para o sistema vascular e cardiorrespiratório, os mais afetados pela obesidade e sobrepeso, estar acima do peso pode acarretar em problemas graves nos olhos. 

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Isso ocorre porque o obesidade e o sobrepeso atraem outras doenças, como a diabetes que podem afetar diretamente os olhos. O oftalmologista Leôncio Queiroz Neto salienta, no entanto, que pessoas magras podem ter predisposições a desenvolver as doenças oculares. "Isso porque, algumas estão relacionadas ao diabetes e às alterações cardíacas que podem ser causadas por herança genética, sedentarismo e hábito de fumar", exemplifica.

Aumento de radicais livres

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A OMS estabelece como sobrepeso o IMC (Índice de Massa Corpórea) entre 25 e 29,9, enquanto a obesidade equivale a 30 ou mais de IMC. O cálculo do IMC corresponde à divisão do peso pela altura ao quadrado. 

O especialista explica que, quando estamos acima do peso, nosso organismo tem dificuldade de combater os radicais livres, substâncias formadas por oxigênio que aceleram a degeneração das células. Por isso, temos o dobro de risco de contrair degeneração macular seca, causa número 1 de perda irreparável da visão que atinge a mácula, parte central da retina, responsável pela visão de detalhes.

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"O aumento de radicais livres também pode antecipar a formação da catarata que é caracterizada pelo turvamento do cristalino e responde no Brasil por 49% dos casos de perda da visão reversível. A única forma de tratar a catarata é através de uma cirurgia em que o cristalino opaco é substituído por uma lente intraocular", disse.

Retinopatia diabética

O oftalmologista ressalta que quanto mais alto o IMC, maior o risco de contrair diabetes tipo 2, uma resistência das células à insulina produzida pelo pâncreas que faz a glicemia acumular na corrente sanguínea. Para se ter ideia, o IMC acima de 30 aumenta em 10 vezes a chance de contrair diabetes tipo 2. Já o risco entre pessoas com IMC superior a 35 é 80 vezes maior. 

O médico afirma que após 10 anos de convivência com o diabetes a maioria das pessoas desenvolve retinopatia diabética. "A doença é caracterizada pela formação de neovasos que dificultam a nutrição da retina. A boa notícia a destruição precoce destes neovasos com aplicação de laser e o acompanhamento médico com aplicação de injeção que controla a formação desses vasos permite manter a visão em 90% dos casos", explicou.

Oclusão da veia central e retinopatia hipertensiva

O sobrepeso e a obesidade também favorecem a elevação do colesterol e a hipertensão arterial. O colesterol alto pode enrijecer as artérias da retina, levar à obstrução da veia central ou de seus ramo e extravasamento de liquido que resulta na perda da visão.

"A hipertensão arterial sem controle pode alterar os vasos da retina e causar retinopatia hipertensiva retinopatia que também leva à perda da visão se não tiver acompanhamento periódico".

Prevenção

Queiroz Neto afirma que muitas doenças oculares surgem depois dos 40 anos e podem passar despercebida nos estágios iniciais. Por isso, a recomendação é consultar um oftalmologista a cada 2 anos até os 59 anos e anualmente a partir dos 60 anos. 

“É muito comum pacientes descobrirem que têm diabetes ou hipertensão arterial durante exame de fundo do olho que faz o mapeamento da retina e o diagnóstico de alterações nos vasos da retina. Independente do peso, os exames periódicos são indicados para todos", disse.

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