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Paciente de Manaus deixa carta ao receber alta no ES: 'Sou capixaba de coração'

Evanderson Silva de Jesus, de 28 anos, e Afrânio Johnson Costa dos Anjos, de 51, ficaram internados durante 13 dias no Hospital Jayme Santos Neves, na Serra

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Nesta quarta-feira (03), dois dos pacientes que vieram de Manaus, para seguir o tratamento contra a covid-19 no Espírito Santo, receberam alta hospitalar. Um deles deixou uma carta de agradecimento. Em um texto emocionante, ele lembrou de todos os profissionais do Hospital Jayme Santos Neves, na Serra, onde ficou internado.

Afrânio Johnson Costa dos Anjos, de 51 anos, começa a carta com a palavra "gratidão". Na sequência, ele descreve que esse é o sentimento que tem pelos cuidados que recebeu. O paciente relata que saíram de Manaus sem saber o que iriam encontrar pela frente, nem se voltariam para casa. Em um tom de agradecimento, afirma que encontrou amor, carinho, humanismo e muito profissionalismo.

Na carta ele lembra de todos, desde a equipe médica até os cozinheiros e os funcionários de serviços gerais. Ele ainda chama os técnicos em enfermagem de anjos incansáveis e finaliza: "Agora sou manauara de nascimento e capixaba de coração e espírito".

Leia a carta:

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Afranio e o conterrâneo, Evanderson Silva, são os primeiros a deixar o hospital após a recuperação. Os pacientes saíram de Vitória já no início da noite desta quarta, com destino à São Paulo. De lá, seguiram para Manaus. Eles ficaram 13 dias internados no Espírito Santo.

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Eles chegaram ao estado no final de janeiro, junto com outros 34 pacientes da capital amazonense. A vinda deles ao Espírito Santo ocorreu devido à grave crise sanitária em Manaus, que registrou falta de oxigênio e leitos para os pacientes.

Uma curiosidade é que, quando vieram para o Espírito Santo, para receber o tratamento contra a covid-19, Evanderson e Afrânio também viajaram um do lado do outro, em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB). Antes do embarque, eles tiraram uma selfie e enviaram para a produção da TV Vitória/Record TV.

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Entretanto, antes de chegarem ao Espírito Santo, os dois sequer se conheciam. Em comum, tinham apenas os sintomas do novo coronavírus — principalmente a falta de ar. "Imagina você tirar um peixe da água e deixá-lo fora, se batendo. Era assim que a gente se sentia. Era como se tivesse sufocando, o ar passando e você não conseguindo captar", relatou Afrânio.

Agora, os dois conterrâneos compartilham da mesma história: venceram a covid-19. "É como se eu tivesse nascido de novo. Então, eu quero estar, neste momento, com a minha família, com as pessoas que eu amo", afirmou Evanderson.

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Foram menos de duas semanas no Espírito Santo. No entanto, para os dois pacientes, foi um período inesquecível. Em solo capixaba, eles tiveram a chance de voltar a respirar. Primeiro, com a ajuda do hospital e, agora, sozinhos.

"Tivemos esse convite maravilhoso, que, a princípio, eu não tinha aceitado. Mas vi logo que era uma forma de eu salvar minha vida e, ao mesmo tempo, salvar a vida da minha mãe, porque ela não saía de dentro do hospital e corria risco de pegar covid a qualquer momento", contou Afrânio.

Após tantos dias distante da família, agora a ansiedade é pelo reencontro. E, quem sabe, no futuro, retornar ao Espírito Santo, só que para conhecer melhor o estado que tão bem os acolheu. "Só tenho a agradecer ao povo capixaba, a todos os funcionários, médicos. Eu realmente não esperava. Agora o povo capixaba está no meu coração, nunca vou esquecer. E pretendo voltar para conhecer realmente a cidade", disse Evanderson.

Afrânio, Evanderson e os demais pacientes transferidos do Amazonas para o Espírito Santo precisaram de internação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) assim que chegaram em solo capixaba. Três pacientes, que estavam em estado grave, não resistiram ao tratamento e morreram. Os outros 31 continuam internados.

"Nós temos, neste momento, além dos dois de alta, 17 pacientes num estado clínico muito mais tranquilo. Estão já em enfermaria, alguns já em processo de realização dos exames para uma possível alta em breve. E os outros pacientes estão ainda em UTI, ainda recebendo cuidados intensivos", ressaltou a diretora clínica do hospital Jayme Santos Neves, Juliana Tavares, na tarde desta quarta-feira. Entretanto, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) atualizou a situação desses pacientes. Oito seguem em UTI e 23 estão em enfermaria.

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