O pai que matou o próprio filho em Jardim Tropical, na Serra, se entregou à polícia na terça-feira (23) e foi liberado, já que o inquérito foi concluído como legítima defesa.
Weberson Motin, de 28 anos, morreu após levar três facadas durante uma discussão no último sábado. O autor do homicídio, o próprio pai da vítima, que contou para a polícia o que aconteceu antes da briga.
Wilson Alves Motin, de 55 anos, contou que tentava defender a nora, mas acabou brigando com o rapaz e o atingiu com golpes de facadas para se defender. Para a Polícia Civil, não há dúvidas de que ele agiu em legítima defesa.
"Pelo fato de Weberson ter um porte físico bem maior do que o pai, e já prevendo que ele poderia continuar com as agressões, Wilson foi até a cozinha, pegou uma faca e entrou no veículo para ir embora, evitando que uma nova confusão acontecesse, mas o filho se aproximou e começou a desferir socos no vidro, inclusive tentando abrir a porta para retirar o pai e continuar com as agressões. Neste momento, ele desembarcou e efetuou três golpes de faca no filho", contou o delegado Rodrigo Sandi Mori.
Depois do crime, Wilson foi para Governador Valadares, na casa de um amigo, para pensar no que faria. Três dias depois, decidiu se entregar à polícia e prestou depoimento por duas horas.
"No depoimento, ele narrou a relação com o filho, que era amigável, além da dinâmica do crime. É importante frisar que o depoimento dele está em perfeita consonância com os depoimentos das duas testemunhas presenciais do crime, inclusive com o da esposa da vítima. Diante disso, entendemos que ele agiu em legítima defesa. "
Antes de se apresentar, Wilson gravou um vídeo explicando para a TV Vitória/Record TV os motivos que o levaram a ferir o filho e lamentou a situação.
Pai ficou ferido após discussão com o filho
Fotos divulgadas pela Polícia Civil mostram como o motorista de caminhão, que trabalha fazendo frete, ficou machucado por conta das agressões sofridas durante a discussão.
A faca usada foi dispensada em matagal, no Belvedere, no mesmo município.
Para a polícia, a maior punição para o motorista é conviver com os fato de ter tirado a vida do próprio filho.
"É um fato que chama a atenção. Estamos acostumados a lidar com homicídios entre traficantes e pela primeira vez, em sete anos de profissão que peguei um caso como esse, mas temos que ser justos, coerentes e aplicar a lei ao caso concreto. Nenhum pai cria o filho para tirar a vida dele depois. A maior pena que ele está pagando é essa", afirmou o delegado.
Com informações da repórter da TV Vitória/Record TV, Nathalia Munhão.