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Píeres do aquaviário só devem ficar prontos no segundo semestre de 2022

Uma consulta pública ambiental para implantação do sistema será aberta pelo Iema. Obras podem começar ainda em setembro de 2021

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O sonho do aguardado sistema de transporte aquaviário na Grande Vitória não será concretizado neste ano. Com previsão inicial de entrega dos primeiros píeres para este ano, as estações de embarque devem ficar prontas somente no segundo semestre de 2022.

Na próxima sexta-feira (20), uma consulta pública online de apresentação do Relatório de Controle Ambiental será aberta pelo Governo Espírito Santo, por meio do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema).

De acordo com o subsecretário de Mobilidade Urbana e Infraestrutura, Sérgio Sá, a consulta faz parte do processo de licenciamento ambiental para o Projeto do Sistema Aquaviário, que prevê a construção dos quatro pontos de embarque na baía de Vitória.

"Essa é uma das etapas do processo de licenciamento, junto ao Iema, e a fase final para garantir transparência e a participação da população. A partir do momento em que o Iema analisar e apresentar à Semobi as tratativas com as condicionantes para as obras, elas serão iniciadas. Temos todo o projeto e a empresa já está contratada para a execução", explicou.

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A consulta pública poderá ser acessada, por meio do site do Iema até o dia 03 de setembro. O participante terá como visualizar uma apresentação sobre o assunto, consultar o estudo apresentado no processo de licenciamento ambiental e enviar contribuições, dúvidas e sugestões por meio de formulário online. 

Segundo o subsecretário, caso sejam apresentados os retornos do Iema sobre a consulta a tempo, as obras serão iniciadas ainda no mês de setembro. Sá afirmou que o prazo de execução é de 11 meses. Dessa forma, os terminais de embarque só devem ficar prontos a partir de agosto do próximo ano.

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"Não temos uma previsão de conclusão, uma vez que ainda dependemos do resultado da consulta pública. A partir do momento em que as obras forem iniciadas, prevemos que esteja pronto em 11 meses", afirmou.

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Em junho deste ano, durante solenidade do aniversário de Cariacica, o governador Renato Casagrande anunciou o início das obras pela estação de embarque de Porto de Santana. No entanto, segundo Sérgio Sá, todos os terminais serão construídos de forma sequencial.

"Vamos ter um canteiro central em local ainda em estudo. Com isso, vamos concretar os quatro deques flutuantes de forma sequencial. As passarelas metálicas, de aproximadamente 30 metros, também serão montadas no canteiro central, de onde vamos levar para cada terminal", explicou.

As estruturas vão contar com sala de espera, onde os passageiros vão aguardar o embarque. Para o acesso aos barcos, a passarela será coberta para o conforto de quem usar o aquaviário.

O sistema interligará os passageiros dos ônibus do sistema Transcol a terminais de embarque para lanchas, nas cidades de Cariacica, Vitória e Vila Velha.

Para finalizar o processo de licença ambiental das cidades atendidas pelo sistema, o relatório do Iema também será encaminhado às prefeituras municipais.

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Retorno do aquaviário virou novela

Em janeiro deste ano, o Governo do Espírito Santo lançou edital para contratar empresa responsável pela construção dos terminais do aquaviário. No entanto, a promessa de mobilidade marítima para os capixabas é antiga.

Em 2011, o Estado chegou a anunciar que começaria a construção, mas nada foi feito. Já em 2013, o governo apresentou o aquaviário aos moradores de Vila Velha.

Uma nova gestão veio e o projeto não foi à frente. Anos depois, com o retorno da administração Casagrande, o aquaviário voltou a figurar nos planos estaduais.

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"Nós vamos ter linhas que alimentam o aquaviário e a bilhetagem terá que ser única. Um processo integrado com as bicicletas, Transcol, automóvel, estacionamentos, aplicativos", disse o então secretário de Mobilidade Urbana, Fábio Damasceno, em 2019.

Neste novo projeto, quando ficar pronto, o modal marítimo contemplará quatro píeres, na Prainha em Vila Velha, na Praça do Papa e no Centro de Vitória e em Porto de Santana em Cariacica. O investimento será de R$ 6 milhões.

No passado, aquaviário chegou a transportar 5 milhões de pessoas por ano

O agitador cultural e morador do Morro dos Alagoanos, Raimundo de Oliveira, disse que onde atualmente é o Porto de Vitória era, no passado, o aquaviário da capital.

"Ele saía do Centro da Cidade de Vitória e ia até o município de Vila Velha, interligando Paul. Então, o usuário usava muito o transporte marítimo e muito pouco o rodoviário", lembrou Oliveira.

Depois de alguns anos, o aquaviário passou a funcionar no Forte São João e ligava Vitória, Vila Velha e Cariacica. Mas, em 1998, ele foi extinto.

"Essa ação quebrou um pouco o romantismo de Vitória, o turismo e o lazer da cidade. Uma cidade formada por mar e, por ironia do destino, não tem transporte marítimo", lamentou.

O aquaviário chegou a transportar 5 milhões de pessoas por ano. "Isso só acontece em Vitória. Ponto positivo ser banhada pelo mar, mas tem o ponto negativo não ter transporte marítimo. Então você tem que pegar a Avenida Lindenberg ou a Terceira Ponte. A menor distância entre dois pontos é uma linha reta", completou Raimundo.

Sistema seria uma solução para o gargalo no trânsito

A Região Metropolitana de Vitória tem um gargalo no transporte coletivo, com quase 2 milhões de habitantes. Em entrevista recente para a TV Vitória/Record TV, o especialista em Mobilidade Urbana, Greg Repsold, afirmou que o aquaviário precisa ser pensado como meio de transporte, não apenas como lazer.

"Algumas pessoas têm a noção que pelo fato de ter uma paisagem linda e deslumbrante é só lazer, assim como eram as bicicletas no passado. No entanto, para que funcione para melhorar o trânsito na cidade, é preciso pensar de forma holística, conectado a outros modos de transporte. Porque se a pessoa pega o aquaviário, chega na outra margem e não tem como se conectar a outro terminal urbano, a viagem dela é dificultada" destacou.

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