Rafael Sobis acredita que atletas manipulam jogos para lucrar em casas de apostas
Em entrevista no YouTube, ex-jogador disse que nunca viu a prática acontecer nos times em que jogou, mas afirmou que sabe que existe: "Se for atrás pegaum monte de gente".
Folha Vitória|Do R7
As apostas esportivas caíram no gosto popular no Brasil nos últimos anos e se popularizaram de forma estrondosa, seja por meio de anúncios em sites, propagandas na TV ou ter suas marcas estampadas nas camisas de 19 dos 20 clubes participantes da Série A do Campeonato Brasileiro.
De acordo com dados publicados no site "El País", em setembro de 2021, os 450 sites de apostas esportivas que operaram no Brasil movimentam em torno de 12 bilhões de reais anualmente.
Com tanto dinheiro girando, como definir o limite da ética no esporte? Até que ponto um jogador de futebol, personagem central dos diversos mercados disponíveis para apostar, pode atuar para não estar envolvido em esquemas, falcatruas, ou simplesmente "fazer uma fezinha" em si mesmo, para ganhar uns trocados a mais do que o paupérrimo salário que a imensa maioria dos atletas ganha no país.
De acordo com o ex-atacante Rafael Sobis, de 36 anos, existem sim jogadores que estariam manipulando partidas para poder lucrar em casas de apostas. Em entrevista ao blogueiro Rica Perrone, do canal "Cara a Tapa", no YouTube, Sobis foi bem claro ao afirmar que acredita que tem atletas atuando de forma proposital para fazer dinheiro fácil nas apostas.
"(jogador fazendo escanteio de propósito para ganhar em casa de aposta?) Acredito. No meu time não, mas eu sei que tem. Tomara que parem na cadeia. Brasileiro não tem jeito, cara. E tem, velho, e está cada vez mais forte.
O agora ex-jogador disse que nunca viu a prática acontecer nos times em que jogou, mas afirmou que sabe que existe: "Se for atrás pega um monte de gente".
Como que vai atrás não sei, mas tem, se for atrás tem, pega um monte de gente. Tá rolando, os caras ficam atualizando toda hora, no aplicativo, ficam malucos."
Realidade paralela no futebol brasileiro
A título de exemplo, o Flamengo tem uma folha salarial de quase 23 milhões de reais por mês (a maior do Brasil). O atacante Dudu, do Palmeiras, é o jogador mais bem pago do país, com vencimentos que ultrapassam os 2 milhões de reais mensais.
Mas essa é uma realidade muito restrita. No Espírito Santo, o modesto Nova Venécia, que acabou de ser campeão da Copa ES e disputará a Copa do Brasil no ano que vem, possui atualmente uma folha salarial mensal que gira em torno de 82 mil reais. O aporte financeiro da competição nacional, que é de pouco mais de 500 mil reais para a 1ª fase, vai servir para ser investido na estrutura do clube, que é gerido e mantido por investidores.