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Startup pivota modelo de negócio e mira na formação de líderes em tecnologia

A Kadabra, uma edtech criada há 7 meses, que ofertava uma plataforma de educação continuada para formação de profissionais de tecnologia...

Folha Vitória

Folha Vitória|Do R7

Foto: Divulgação/DINO A Kadabra, uma edtech criada há 7 meses com o objetivo de oferecer uma plataforma de educação contínua para profissionais de tecnologia, decidiu recentemente fazer algumas mudanças significativas em sua estrutura e pivotar o seu modelo de negócio, ao deixar de ser uma plataforma de formação de profissionais de todos os níveis de uma carreira de tecnologia para se tornar uma instituição de ensino focada na formação de gestores e líderes da área tech. Junto a essas mudanças, nasce um novo posicionamento, onde a marca Kadabra se torna IFTL (Instituto de Formação em Tecnologia e Liderança) para refletir melhor a nova proposta da startup.

De acordo com Thiago Lima, CEO do IFTL, a mudança é um ótimo exemplo de como e por que se pivotar uma startup quando se encontra uma nova alavanca de crescimento. Ele afirma que a mudança no modelo de negócios para se concentrar na formação de líderes e gestores de tecnologia é uma estratégia inteligente, tendo em vista o crescente interesse do mercado de investimento em educação tecnológica, a escassez de profissionais qualificados na área e também a possibilidade de construir uma audiência extremamente qualificada para outros potenciais produtos e iniciativas futuras do instituto.

"Acreditamos que existem muitas formações técnicas disponíveis para profissionais de base no mercado, porém ainda faltam boas opções focadas na formação de líderes técnicos estratégicos. Sabemos que o mercado não vai preparar esses profissionais para os desafios que eles irão encontrar ao assumir cargos de gestão mais estratégicos e foi com base nessas premissas que decidimos mudar o nosso modelo de negócios e criar a IFTL."

Thiago destaca que a ideia do instituto é apoiar os líderes de tecnologia onde eles têm mais deficiência, que é desenvolver os conhecimentos em negócios, gestão, liderança e estratégia. Segundo ele, a intenção é ser um tradutor entre as áreas técnicas e de negócios. "Ensinamos mais estratégia, gestão e liderança do que tecnologia em si, pois isso eles já sabem, assim conseguimos transformar esses profissionais em líderes estratégicos dentro das empresas."


O fundador da LinkApi tem ele próprio um histórico profissional de 20 anos atuando na área de tecnologia, além de ser ex-lutador de MMA com formação em filosofia e ser membro do conselho de 3 empresas bilionárias. Por conta dessa visão mais macro, ele afirma que ainda enxerga os líderes técnicos sem tanta influência nas decisões de negócio, e isso deveria ser diferente, pois tecnologia é um tema estratégico com a transformação digital. Ele afirma que: "muitos CTOs (Chief Technology Officer) têm uma formação técnica sólida, mas sentem-se desconfortáveis na hora de tomar decisões estratégicas e de negócios. Nossa proposta é ajudá-los a desenvolver essas habilidades, para que eles possam ser mais eficientes e relevantes em suas funções". As novidades não param, além do novo modelo de negócio, a edtech muda de nome para Instituto de Formação em Tecnologia e Liderança, rebatizada como IFTL.

A ideia de posicionar o negócio como instituto, não de universidade, faculdade, ou qualquer coisa do tipo não tem nada a ver com ser sem fins lucrativos (isso não está nos planos). A escolha pela denominação veio pela proposta do IFTL de fazer pesquisa e desenvolvimento de tecnologias, frameworks, toolkits e bibliotecas. O objetivo do instituto não é somente educar os profissionais e sim fornecer todo o suporte ferramental necessário para ajudar os líderes de tecnologia a estruturar e escalar suas operações.


Thiago ressalta: “Kadabra é um nome divertido para falar com desenvolvedores. Mas não passa a credibilidade necessária ao se comunicar com um líder. Além disso, a sigla é uma marca interessante no mercado de educação e reflete melhor a nova proposta da empresa”. Com esse novo posicionamento, o instituto tem o CTO (Chief Technology Officer) como principal alvo, mais que esse profissional também traga para o IFTL outros líderes que trabalham com ele nos departamentos de tecnologia, produto e dados.

Atualmente o IFTL já formou mais de 200 profissionais e está bem posicionado para atender essa demanda crescente através de dois programas de treinamento, um deles voltado para CTOs (Chief Technology Officer) e outro para líderes de tecnologia (Tech Leads) que estão em outra camada de gestão. A expectativa do instituto é criar mais 12 novas formações ao longo de 2023.


Além dos cursos, está nos planos do IFTL lançar uma comunidade exclusiva para os alunos onde eles possam discutir temas mais avançados, compartilhar conteúdos e participar dos eventos. Para conseguir gerar ainda mais valor para a sua comunidade, o instituto está fechando parcerias com outras empresas e instituições para ampliar o seu leque de serviços e oferecer ainda mais benefícios que suportem a jornada de crescimento dos alunos.

Com todas essas movimentações, a IFTL tem um objetivo ambicioso de atingir uma receita de R$ 30 milhões em 2023, e para isso, a equipe planeja expandir seus esforços de marketing, vendas e produtos, aumentando a equipe de atualmente 12 pessoas para aproximadamente 30 nos próximos 12 meses e se estabelecer como um importante player no mercado de educação tecnológica e liderança.

O investimento inicial para lançamento do IFTL foi feito com capital próprio do Thiago Lima e a operação já paga as contas – ele ainda põe algum dinheiro na frente para garantir o fluxo de caixa necessário para o lançamento de novas turmas. Ele diz ter conversado com alguns fundos para levantar dinheiro, mas com o cenário atual, muitos estão postergando conversas. E como o negócio caminha com as próprias pernas, não há necessidade de um aporte no momento.

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