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Taxa de transmissão da covid-19 volta a crescer no ES e acende alerta para crescimento da doença

Na semana passada, a Secretaria de Estado da Saúde voltou a registrar mais de dez óbitos e mais de mil novos casos por dia

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A taxa de transmissão do novo coronavírus voltou a subir no Espírito Santo e atualmente está em 1,1. Isso significa que um grupo de 10 pessoas infectadas com a covid-19 é capaz de transmitir a doença para outras 11. De acordo com especialistas, quando a taxa passa de 1, a pandemia volta a avançar.

"Agora, nessa última semana, logo depois do feriado de 12 de outubro, a gente já começa a ver, tanto no interior quanto na Grande Vitória, um aumento para cima de 1. Ainda estamos em 1,1 e 1,2, mas é algo que a gente precisa ficar alerta", ressaltou a doutora em epidemiologia e professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Ethel Maciel.

A pandemia do coronavírus atingiu seu pico no Espírito Santo durante o mês de junho. No início de julho, a curva da pandemia se estabilizou, formando uma espécie de "platô". No entanto, seguiam elevados os números diários de novos casos e de mortes causadas pela covid-19.

Em agosto, houve queda nos números e na taxa de transmissão da doença no estado. Na ocasião, a taxa era de 0,4 — ou seja, dez pessoas infectadas transmitiam o coronavírus para outras quatro. 

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Parecia que a pandemia estava perto de ser controlada, mas não é o que vem sendo observado nas últimas semanas. Segundo especialistas, ainda não estamos entrando em uma segunda onda da covid-19, até porque a primeira não chegou ao fim.

Na semana passada, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) voltou a registrar mais de dez óbitos e mais de mil novos casos por dia. "Esses mil casos novos são muito preocupantes porque são pessoas novas que se contaminaram em um período de tempo curto e que estão entre nós transmitindo", frisou Ethel Maciel.

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Além disso, o Laboratório Central do Estado (Lacen-ES) vem trabalhando perto de sua capacidade: tem realizado 1,9 mil testes diariamente, sendo que pode fazer até 2 mil. "Não temos exames represados com mais de 48 horas dentro do Lacen. Todos os exames que chegaram até o dia de ontem já iniciaram a fase de processamento", afirmou o secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes.

De acordo com a atualização mais recente do Painel Covid-19, da Sesa, feita na tarde desta sexta-feira (30), o Espírito Santo registrou, em 24 horas, mais seis mortes e 605 casos do novo coronavírus. Com isso, subiu para 3.847 o número de pessoas que perderam a vida por causa da doença no estado. Já o total de infectados chegou a 154.736. Por outro lado, 142.822 pessoas já conseguiram se recuperar da covid-19.

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Secretário

Em entrevista coletiva realizada na tarde desta sexta-feira (30), Nésio Fernandes afirmou que o Espírito Santo vive atualmente um momento de baixo risco de transmissão da covid-19 e que a atual situação é de recuperação da pandemia. Inclusive, o Mapa de Risco para a doença, divulgado nesta sexta-feira pelo governo do Estado, aponta que o Espírito Santo segue com 77 municípios em risco baixo para a covid-19 — apenas Ecoporanga se encontra no risco moderado.

No entanto, o secretário admitiu que, nas últimas semanas, houve um aumento significativos de casos da doença no estado, principalmente na Grande Vitória, entre os dias 8 de setembro e 10 de outubro. "O comportamento de estabilização do desenvolvimento dos casos observados foi interrompido no interior do estado, com uma breve oscilação positiva de casos observados nas últimas semanas, e também na Grande Vitória, em especial nos municípios de Vila Velha e de Vitória", destacou.

O aumento foi justificado por Nésio Fernandes pela quantidade de testagens realizadas no Lacen, além do censo sorológico e do inquérito escolar. "Nós tivemos mudanças no critério de testagem. Passamos a testar qualquer paciente sintomático respiratório, independente de idade e de comorbidades; passamos a fazer a testagem de contatos intradomiciliares de pacientes positivados com PCR em tempo real, e já identificamos quase mil pacientes positivos entre os contatos intradomiciliares nesse mesmo período", frisou.

"Tivemos também, no mesmo período, o início da realização do inquérito escolar e do senso sorológico daqui dos trabalhadores da educação do Estado do Espírito Santo. E os resultados dos exames sorológicos também alimentaram o aumento do número de casos observados no mesmo período", completou o secretário.

Nésio também apontou que os dados foram afetados por conta de "comportamentos inadequados" e de desrespeito ao distanciamento social diante da pandemia, de pessoas que acabaram ficando muito expostas ao vírus.

"Durante os dias 8 de setembro até 10 de outubro, tivemos uma sucessão de dias de calor intenso, uma sucessão de feriados e finais de semana com comportamentos sociais inadequados no contexto de pandemia, mesmo de baixo risco. Nós tivemos também um aumento da exposição da população a atividades com aglomeração e, de maneira correspondente, um aumento do risco de transmissão", destacou o secretário.

Com informações da repórter Fernanda Batista, da TV Vitória/Record TV

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