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Temporada de pipas foi aberta com ventos fortes, mas é preciso cuidado

Durante a pandemia, mais de 300 mil casa ficaram sem energia no Estado por causa das brincadeiras. Além dos prejuízos materiais, tem ainda o risco à vida

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Com a chegada da temporada de ventos fortes, o céu ganha um colorido especial. Criada na China, por volta do ano 1200 a.C., empinar pipa é uma brincadeira antiga, tradicional. Uma das poucas que sobreviveu às novas tecnologias.

Mas apesar de garantir diversão para adultos e crianças, empinar pipa é uma brincadeira perigosa, que oferece uma série de riscos. Brincar perto dos fios de alta tensão aumenta o risco de acidentes graves, e as descargas elétricas podem ser fatais. Além dos choques, há também o risco de quedas, quando a brincadeira acontece em locais mais altos.

Um outro perigo tem relação com o uso do cerol e da chamada “linha chilena”. Apesar de serem proibidos por lei desde 2005, quando usados durante a brincadeira, trazem risco para quem está empinando a pipa e para motociclistas e pedestres. O diretor do Procon-ES, Rogério Athayde, falou sobre a fiscalização e comercialização do produto, veja no vídeo abaixo a entrevista completa.

Além de oferecem perigo durante a brincadeira, são um risco a mais quando se aproximam da rede de energia. O material usado na fabricação do cerol é um grande condutor de eletricidade. E por ser um material cortante, pode romper a camada protetora da fiação, interrompendo a transferência de corrente elétrica, podendo provocar curto-circuito.

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Durante os meses de março e agosto deste ano, período que coincide com a recomendação das autoridades para o isolamento social e suspensão das aulas escolares, como prevenção ao contágio pela Covid-19, as ocorrências envolvendo acidentes com pipas tiveram um aumento expressivo.

De acordo com a EDP, foi registrado um crescimento de 330% no número de clientes que tiveram o fornecimento de energia interrompido por conta de pipas. O que representa mais de 300 mil unidades consumidoras afetadas. No mesmo período de 2019, esse número foi de 93 mil. No número de ocorrências, foram 1.313 casos em 2020 e 584 no mesmo período de 2019.

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Marcio Costalonga, gestor da EDP, reforça a importância da prática segura da brincadeira e para o respeito às orientações do isolamento social. “Sempre trabalhamos para restabelecer o fornecimento de energia o mais rápido possível, mas nossa preocupação maior é com a segurança, ainda mais neste período de quarentena. Sabemos que o cerol e linha chilena ainda são muito utilizados e, dependendo de sua composição, podem ser condutores de energia, com potencial de causar sérios acidentes com quem está brincando e com outras pessoas. Em período de isolamento social, é recomendável priorizar brincadeiras em que não seja necessário sair de casa”.

O gestor ressalta que as linhas de pipas com cerol ou produtos cortantes causam desligamentos ao romper os cabos de energia. “Quando agarram na fiação, as pipas podem provocar curtos-circuitos, ao ficarem presas na fiação e serem puxadas, interrompendo o fornecimento de energia para os moradores da região”. Veja a entrevista completa:

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Em meio a uma pandemia, quando o fornecimento de energia elétrica se torna mais essencial - seja para abastecer unidades de saúde, hospitais e residências que possuem paciente que utilizam equipamentos elétricos essenciais à sobrevivência - o impacto das interrupções é ainda mais preocupante.

O motorista Jairo Fundão Pena, por exemplo, faz diálise em casa. Ele não pode, de forma alguma, ter o fornecimento de energia elétrica interrompido. “Eu fico todos os dias ligado à máquina durante 10 horas. Só 10% dos meus rins funcionam, é a máquina que faz todo o trabalho que seria deles”, explicou.

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Além dos riscos de vida, há os prejuízos financeiros. A Juciara Torquato mora na rua Amor Perfeito, em Novo México, Vila Velha. Lá, as ocorrências com pipas são frequentes, isso porque adultos e crianças brincam no meio da rua, ignorando a existência da Rede Elétrica. “Já perdi as contas dos prejuízos que eu tive. Perdi uma televisão e a minha geladeira da última vez que faltou energia”, contou a microempreendedora.

O trabalho de Juciara também foi comprometido. Ela trabalha em casa, fazendo comidas e lanches para vender. Mas na última vez que faltou energia, o prejuízo foi grande. “No dia que faltou luz, eu não consegui trabalhar. Ganho em média 500 reais por dia, mas nesse dia além do prejuízo, eu fiquei sem faturar”.

Dicas para empinar pipas em segurança

- Empinar pipas em locais como lajes e muros deve ser evitado. A proximidade com os fios de alta tensão aumenta o risco de acidentes graves e fatais, além do perigo de quedas;

- Além de serem proibidos, o cerol e a chamada “linha chilena” trazem risco para quem está empinando a pipa e para terceiros, como motociclistas e pedestres, além de oferecem perigo no contato com a rede de energia. Ao cortar a camada protetora da fiação, a linha interrompe a transferência de corrente elétrica, podendo provocar curto-circuito;

- Empine pipas longe de rede elétrica, em locais onde não exista nenhum tipo de cabo de energia, de serviço telefônico ou antenas de celular. Isso evita acidentes e interferências na qualidade desses serviços;

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- Se a pipa ficar presa nos fios elétricos, não tente retirá-la. Nunca use varas nem suba no poste para tirar uma pipa. O choque, nestes casos, pode ser fatal. Somente técnicos da distribuidora, treinados para este trabalho, que exige o uso de equipamentos de segurança, estão aptos a manusear a rede.

- Arremessar objetos na rede elétrica para o resgate da pipa pode causar graves acidentes. O “lança-gato” (pedra presa a uma linha), ou qualquer outro objeto, não devem ser lançados na rede;

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