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Era 17 de fevereiro quando Thais Medeiros, de 25 anos, cozinhava na casa do namorado, na cidade de Anápolis, em Goiás, e sentiu o cheiro de uma pimenta-bode. A jovem começou a passar mal e foi levada às pressas pelo companheiro ao hospital
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Imagens de câmeras de segurança mostram o desespero do namorado ao colocar Thais no carro para levá-la ao hospital. Ela ficou cerca de 20 minutos com a oxigenação comprometida e, já na unidade de saúde, teve uma parada cardiorrespiratória grave
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A jovem ficou meses internada na UTI (unidade de terapia intensiva) da Santa Casa de Anápolis. Sem resposta neurológica, ela se alimentava por sonda. Só depois de dois meses de tratamento, conseguiu se sentar na maca da unidade hospitalar durante uma sessão de fisioterapia, mas ainda não apresentava uma melhora na função cerebral
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Ainda na UTI, Thais teve diversas infecções e, em abril, precisou ser transferida para o Hospital Estadual de Dermatologia Sanitária e Reabilitação Santa Marta, em Goiânia. Na ocasião, a mãe dela, Adriana Medeiros, contou que "tiveram uma semana difícil"
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A trancista tem duas filhas, de 6 e 8 anos. A mãe gravou um vídeo em que informou que ela poderia ver as meninas. Thais, mesmo sem conseguir se mexer ou falar, começou a chorar
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Valentina e Antonela viram a mãe após 80 dias longe dela. As duas meninas disseram estar empenhadas em colaborar na recuperação da jovem. "A mamãe não vai conseguir falar, ela virou um bebê. Eu vou ensinar ela a olhar, a falar e a andar", explicaram
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Durante esse tempo, Adriana abriu uma vaquinha online na rede social da filha para conseguir pagar o tratamento dela. A mãe agradeceu a ajuda de todos e pediu por orações, mas afirmou que se afastaria um pouco da internet porque leu comentários maldosos de pessoas que afirmavam que a mulher "só queria dinheiro"
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Depois de cinco meses internada, Thais teve uma melhora clínica e, após cirurgias, conseguiu respirar sem o auxílio do aparelho mecânico e deixar de apresentar febre. Além disso, devido ao uso contínuo de antibióticos, a jovem conseguiu controlar a infecção óssea
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A família preparou uma "mini-UTI" em casa, com maca, respirador e outros utensílios. Thais teve alta na semana do aniversário, em setembro. A mãe mostrou a rotina dos cuidados em casa
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Com a casa adaptada e cuidados de profissionais como fisioterapeutas e fonoaudiólogos, qualquer avanço da jovem é celebrado. Na última semana, ela conseguiu engolir saliva durante uma sessão de neurofotobiomodulação, com a fonoaudióloga Poliana Guimarães. No vídeo, a profissional parece incentivar a jovem: "Daqui a alguns dias, você vai estar tomando suco", afirmou
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A alergia à pimenta é rara e, quando há essa intolerância, como a de Thais, ocorre uma resposta com a produção de anticorpos contra a proteína do alimento (chamado de IgE), o que gera um processo inflamatório
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Com a filha sendo tratada em casa, o pai e a mãe da jovem precisaram deixar os seus empregos para ajudar na recuperação da filha e na criação das netas. O casal abriu uma loja online para manter a filha, pela qual vende roupas e itens de cozinha