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João Trindade: Jornalismo e Concordância

Falar e escrever corretamente é obrigação de todos; mormente dos profissionais para O post João Trindade: Jornalismo e Concordância apareceu primeiro em Portal Correio.

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Falar e escrever corretamente é obrigação de todos; mormente dos profissionais para os quais a palavra é a ferramenta básica; é o caso de professores (de qualquer disciplina) advogados e jornalistas.

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No caso dos últimos, alguns erros devem ser relevados, devido à pressa e à pressão por horários; o que não significa que devamos perdoar erros crassos; sobretudo, em se tratando de elementos basilares da língua-padrão, como, por exemplo, concordância, regência, acentuação, crase e pontuação.

Infelizmente, estamos assistindo a um desleixo e desprezo (ou, no mínimo, descaso) pela Língua, nos jornalismos paraibano e brasileiro. São frequentes e diários erros imperdoáveis, nas primeiras páginas (o que chamam agora capa) de destacadas publicações e telejornais; inclusive os de grandes redes.

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Que se erre uma concordância especial, rara, é perdoável; mas errar as regras gerais das concordâncias verbal e nominal já não é aceitável.

Exemplifiquemos alguns desses erros, sem citar, obviamente, as fontes:

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“Marcado para esta quarta-feira a missa de (…).”

“Sua vitória foi comemorado com gritos (…).”

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Temos, nos exemplos citados, erro na regra geral de concordância nominal.

A regra:

Adjetivos, pronomes, artigos, numerais concordam, em gênero e número, com o substantivo.

Correção das frases:

Marcada para esta quarta-feira a missa de (…).

(A missa foi marcada para a quarta-feira).

Sua vitória foi comemorada com gritos.

(A vitória foi comemorada).

Fiquei só em dois; mas poderia citar muito mais, porque tais erros se multiplicam nos “impressos”, “on line” e em rádio e TV.

A coisa “tá preta”, também, para os lados da concordância verbal:

“O sindicato dos procuradores da fazenda nacional inauguraram (…).”

“Alguns servidores receberá em suaves prestações (…).”

“Fazem duas décadas, mas o Brasil não esqueceu como viver com inflação fora do controle (…)”

Mas triste mesmo foi ver, no meu telejornal preferido, a apresentadora que mais admiro “tascar”, no encerramento dele:

“E são com estas imagens que encerramos esta edição.” (…)

Ou um repórter dizer, no mesmo telejornal, mas em outro dia:

“Falta caminhões para abastecer (…) em Sergipe.”

Erros crassos (e imperdoáveis), em relação à regra geral de concordância verbal:

Regra:

O verbo concorda com o núcleo do sujeito.

Observemos o erro da primeira frase dos exemplos:

“O sindicato dos procuradores da fazenda nacional inauguraram (…)”

Ora, o núcleo do sujeito é sindicato; portanto, o verbo concordaria, obrigatoriamente, com tal palavra.

O redator “concordou” com o aposto especificativo: “dos procuradores da fazenda nacional”, quando deveria haver concordado com sindicato, conforme já dissemos.

Forma correta:

O sindicato dos procuradores da Fazenda Nacional inaugurou (…).

Segundo exemplo:

“Alguns servidores receberá em suaves prestações.”

O correto:

Alguns servidores receberão em suaves prestações.

O núcleo do sujeito é servidores; portanto, o verbo deveria concordar com tal palavra.

O terceiro exemplo não se refere à regra geral, mas é, sem dúvida, inaceitável:

“Fazem duas décadas, mas o Brasil não esqueceu como viver com inflação fora do controle (…).”

Ora, o verbo fazer, indicando tempo, é impessoal; ficando, portanto, na terceira pessoa do singular.

Correção:

Faz duas décadas, mas o Brasil não esqueceu como viver com inflação fora do controle (…).

Os exemplos da TV:

“E são com estas imagens que encerramos esta edição.” (…)

Forma correta:

E é com estas imagens que encerramos esta edição.

Mais uma vez, erro na regra geral.

O verbo não pode concordar com “imagens”, porque tal palavra não integra o sujeito. Note-se pela preposição “com”; sujeito não admite preposição.

Para “driblar” o verso ser, que não é de fácil concordância, a apresentadora poderia, simplesmente, ter dito:

Com essas imagens, encerramos (…).

Sei que a culpa não foi dela. E sim, do redator; mas como se trata de uma apresentadora muito experiente, integrante de uma grade rede nacional de TV, bem que poderia ter corrigido, mesmo estando “ao vivo”; já fiz muito isso quando apresentava o telejornal O Norte.

Quanto ao último erro, até não condeno muito, porque o repórter estava num “ao vivo” e reportagem “ao vivo” é fogo!…

Perguntará o leitor:

– E por que está citando?

Porque seria perdoável caso fosse uma vez ou outra; mas é impressionante como está se repetindo nos telejornais daqui e de fora.

O erro:

“Falta caminhões para abastecer (…) em Sergipe.”

O correto:

Faltam caminhões para abastecer (…) em Sergipe.

Razão:

O verbo deve concordar com o núcleo do sujeito: caminhões (regra geral).

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