Cápsula de césio-137 deixou mais de 1.400 pessoas contaminadas com radiação
Reprodução/Prefeitura de ArapiracaO MPF (Ministério Público Federal) acionou o STF (Supremo Tribunal Federal) para cobrar que o estado de Goiás respeite uma decisão judicial tomada em caráter provisório que obriga assistência plena às vítimas do acidente com o césio-137, ocorrido há 35 anos.
O subprocurador-geral da República Juliano Baiocchi, que enviou o parecer ao Supremo, entende que o governo goiano deve atender a obrigação judicial porque não cabem mais recursos no processo.
Além do estado de Goiás, a ação envolve também a Cnen (Comissão Nacional de Energia Nuclear), que acabou condenada a indenização de R$ 100 mil. O MPF tentou majorar o valor para R$ 1 milhão.
O caso do césio-137 aconteceu em setembro de 1987, quando dois catadores de materiais recicláveis entraram em um prédio de uma clínica abandonada e recolheram parte de uma máquina de radioterapia desativada.
O equipamento continha 19,62 g de césio, que foi suficiente para contaminar 6 toneladas de matéria, entre casas, carros, animais, plantas, pessoas e o solo.
A cápsula com o césio, depois de aberta, foi levada pela dupla a um ferro-velho.
O material radioativo contaminou mais de 1.400 pessoas e matou 66.
Nos anos seguintes, a região onde aconteceu o acidente se tornou outra. Os moradores deixaram até de ter filhos, com medo de que as crianças nascessem doentes.
Até o momento, não houve manifestação pública do governo de Goiás e nem da Cnen sobre o pedido do MPF.