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Polícia de Santa Maria irá concluir investigação sobre incêndio na boate Kiss até o fim de semana

Segundo delegado, mais 150 pessoas serão ouvidas antes da finalização do inquérito 

Cidades|Ana Ignacio, do R7

Até o momento, cerca de 350 pessoas já foram ouvidas pela polícia. Número deve chegar a 500
Até o momento, cerca de 350 pessoas já foram ouvidas pela polícia. Número deve chegar a 500 Até o momento, cerca de 350 pessoas já foram ouvidas pela polícia. Número deve chegar a 500 (RICARDO MORAES/REUTERS)

O delegado Sandro Meinerz, um dos responsáveis pela investigação do incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, que causou a morte de 239 pessoas, informou que o inquérito policial do caso será finalizado até o próximo domingo, dia 3 de março. Previsto para ser encerrado nesta terça-feira (26), o prazo foi estendido por mais cinco dias.

— Vamos finalizar o inquérito só no final de semana. Como a prisão temporária dos suspeitos expira no dia 3, temos até lá para terminar o inquérito.

Desde o dia 28 de janeiro, dois integrantes do Gurizada Fandangueira — o vocalista Marcelo de Jesus dos Santos e o produtor musical Augusto Bonilha Leão — estão presos temporariamente, assim como os dois sócios da Kiss, Elissandro Spohr e Mauro Hoffmann. Spohr foi encaminhado à Penitenciária de Santa Maria após receber alta do hospital de Cruz Alta, onde estava sob custódia da polícia.

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Sobre a investigação, o delegado disse também que até o momento cerca de 350 pessoas já foram ouvidas pela polícia e o número deve chegar a 500 até o fim da semana. Há possibilidade de indiciamento de pessoas relacionadas aos donos da boate — o estabelecimento está no nome da mãe e da irmã de um dos sócios — e a investigação está focada também nos possíveis problemas na expedição do alvará da boate.

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— Estamos preocupados em correr atrás das provas. Estamos ouvindo testemunhas, bombeiros e funcionários da prefeitura sobre a questão dos alvarás. Estamos muito centrados nessa questão dos alvarás.

Segundo Meinerz, a polícia quer saber se houve envolvimento de funcionários na liberação de funcionamento da casa.

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— É o que queremos ver. [Por enquanto], não temos informação que possa dizer que é exatamente isso.

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Para ajudar na busca por testemunhas para eventuais depoimentos, a Polícia Civil criou, no dia 8 de fevereiro, uma página na internet onde pessoas que estavam na boate Kiss na noite do incêndio podem se cadastrar. Na época, o delegado explicou que todos que estavam na casa noturna são tratados como vítimas de tentativa de homicídio com dolo eventual, mesmo que tenham saído ilesos.

Um mês de tragédia

A tragédia vai completar um mês nesta quarta-feira (27). O incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, a 290 km de Porto Alegre, aconteceu na madrugada do dia 27 de janeiro e deixou 239 mortos e mais de cem feridos. O fogo teria começado quando a banda Gurizada Fandangueira se apresentava. Segundo testemunhas, durante o show foi utilizado um sinalizador — uma espécie de fogo de artifício chamado "sputnik" — que, ao ser lançado, atingiu a espuma do isolamento acústico, no teto da boate. As chamas se alastraram em poucos minutos.

A casa noturna estava superlotada na noite da tragédia, segundo o Corpo de Bombeiros. O incêndio provocou pânico e muitos não conseguiram acessar a única saída da boate. Os proprietários do estabelecimento não tinham autorização dos bombeiros para organizar um show pirotécnico na casa noturna. O alvará da casa estava vencido desde agosto de 2012.

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Esta é considerada a segunda maior tragédia do País depois do incêndio do Grande Circo Americano, em Niterói, região metropolitana do Rio de Janeiro. Em 17 de dezembro de 1961, o circo pegou fogo durante uma apresentação e deixou 503 mortos.

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